15 dezembro 2015

Sinto-me tão leve

E incrédula.
E aliviada.
E orgulhosa.
E muito, muito grata.

Uma etapa que, finalmente(!!), chega ao fim. A conclusão do doutoramento, um sonho, uma meta, uma pedra.
Agora descanso. Para já. Outras se seguirão, eu sei, ou não fosse eu quem sou. Tudo porque, adaptando livremente (e de forma muito tosca) as palavras de um português que realmente sabia escrever,

mais do que o monstrengo que a minha alma teme, está a vontade que me prende ao leme.


O meu Adamastor

04 dezembro 2015

Estado das coisas #2

Porque nem só de stress vive o rato e nem só de estudo vive a defesa. Também vive do hábito talar. Mais uma preocupação que fui tratar ontem. Chego e sou atendida."Vamos então ver o traje para a menina". Menina. Comecei logo a nutrir um certo amor pela funcionária, mas as minhas emoções por estes dias não andam de fiar. 

Adiante. "Então, o seu número... deixe cá ver... olhe, experimente este". Experimentei. A saia caía pelas pernas abaixo, a batina parecia um saco de batatas. Uuuuu, sexy. "Ai, ó menina, mas este é o número mais pequeno!" Ora bolas, aqui não há secção de criança, estou fo#$&%. Faz sentido, eu sei, tirando alguma sobredotada, não é comum uma criança necessitar de um hábito talar. "Olhe, não se preocupe, nós apertamos um bocadinho aqui, e ali, e também com a capa por cima nem se nota mais nada!" 

Alfinetes para trás e para a frente, fico ali eu, em frente ao espelho, firme e hirta numa vã tentativa de não me tornar um coador, quando ela chega com a capa e a coloca nos meus ombros. Arrasta no chão atrás e penso, que bonito, como se não bastasse tudo o resto, ainda tenho uma cauda. E nisto, noto um pormenor. A capa está do avesso. Olho para a funcionária, uma expressão de interrogação a acompanhar o ar infeliz de quem roubou a roupa à mãe, e ela sorri, pisca-me o olho e diz "está do avesso sim, para dar sorte à menina".

Pessoas destas valem ouro.

03 dezembro 2015

Estado das coisas #1

Ligeira propensão para momentos de pânico, motivados por diferentes conversas com júris e orientadores, que vão revelando algumas questões "fáceis, fáceis" que devem surgir. E estaria tudo bem, não fossem todas elas sobre assuntos que não constam da tese nem do material que já estudei.
Vamos lá dissertar sobre a definição de fácil, vamos? Essa, pelo menos, talvez saiba responder...