28 setembro 2014

Dance tips #2

Senhores fofinhos que nos convidam para dançar, a palavra-chave é "convidam", sim?
Agarrar o braço da mulher e arrastá-la para a pista não constitui um convite. Está mais perto da definição de assalto e algumas mulheres podem ter a tentação de usar o braço livre para vos envergonhar.

Só estou a avisar, para o caso de quererem ter mais cuidado da próxima vez. Quem é amiga, quem é?
E se não sabem falar queriduxos, no problem, estamos na era da tecnologia. SMS, Skype, Messenger, WhatsApp... Estão a ver a ideia? Ainda bem, porque se me obrigam a desenhar, além de mudos vão ficar cegos.

25 setembro 2014

Querooo!!


Para substituir a minha edição dos anos 90 que um amigo judas se "esqueceu" de devolver. 
Tinha V de volta, palhaço...

22 setembro 2014

Memória olfactiva

Estavas do outro lado da rua. Sorriste. Eu acenei. Mas resolveste atravessar para me cumprimentar.
No momento em que as nossas caras se encostaram, senti o teu perfume. Fechei os olhos um instante e o passado, o nosso, insinuou-se sem aviso e sem convite.

Trocámos amenidades, alguns toques, mais sorrisos. Nostálgicos.
E fiquei ali, presa, atraiçoada pelos meus sentidos. Até ser salva pelo vento.

20 setembro 2014

Não percebo nada de moda

Indumentária avistada num bar numa 6ª feira à noite:
Calcita de fato de treino cinzenta, adornada com bolsos em padrão leopardo e suspensórios.

Num homem...

17 setembro 2014

Awkward...

Aquele momento em que somos surpreendidos e gostávamos mesmo, mas mesmo muito, de ter o poder da invisibilidade...

Um dia normal, um projecto normal. Uma colaboração com alguém de fora. Sem problemas até esse alguém aparecer. Congelei, recuei no tempo, balbuciei qualquer coisa. Ele olhou fixamente "eu conheço-te".
Logo de seguida ouve-se a frase típica "ah, vocês conhecem-se?".
Conhecemos, conhecemos...

14 setembro 2014

Dance tips #1

Depois de umas férias, o regresso ao ritmo de ensaios e noites sociais é mais traumático que a recuperação de uma pequena cirurgia. É o adeus às horas a dançar sem o mínimo esforço. São as boas-vindas às cãimbras em distintas e variadas zonas do corpo, à respiração "sopra as velinhas", ao arrastar de pés na primeira música, à vingança cruel dos nossos outrora "sapatinhos de dança" (my preciousssss) que parecem querer castigar-nos pela ausência.

Alheios a esta realidade, provavelmente enganados pelo nosso ar desgrenhado e asmático sorriso e olhar impávido e sereno, continuam a arrastar-nos convidar-nos para dançar, sem pausas. E entra então a imaginação (qual seria a piada de admitir que nos sentimos com a ligeireza da Popota e não aguentamos mais), pondo em prática técnicas de evasão que podem ir do mais sofisticado ao mais... como dizer, assim... estúpido.

Por isso, se virem uma mulher que no fim de cada dança corre para o WC ou para o bar, não, ela provavelmente não é incontinente, nem está com problemas intestinais, nem é alcoólica, nem tem muitaaaaa sede. Está apenas e só a fugir de vocês, ok?
Só para o caso de não terem percebido a língua de fora, o tom vermelho tomate, os esgares de dor, a forma como se arrastam para fora da pista, o olhar desesperado e esgazeado para qualquer banquinho ou a expressão de puro deleite quando o seu corpo finalmente entra em contacto com uma dessas invenções divinas.

10 setembro 2014

A primeira vez

Em não sei quantos anos de carta (não muitos, cof...cof), nunca tinha sido parada numa operação stop. Mas voilá, há sempre uma primeira vez. E sobre aquilo das primeiras vezes serem estranhas? Pois.

Agente aproxima-se do carro. Olho para ele através dos óculos de sol.
"Os documentos por favor."
Passo os documentos. Agente olha para mim, não para os documentos. Dá a volta ao carro. A olhar para mim. Finalmente pára e olha para a carta de condução.
"Então usa lentes?"
"Sim."
"Com os óculos de sol não consigo vê-las."
Hã? Ok, tiro os óculos de sol. Agente aproxima-se ainda mais da janela.
"Ahhh, tem olhos verdes."
WTF? Afasto-me o possível sem saltar para o banco do passageiro.
"Errr.. Sim?"
"Então só me resta desejar-lhe..."
Pausa.
"Boa viagem."

Qual de nós é que não passaria no teste do balão? 

03 setembro 2014

Vi o que fizeste no Verão passado #1

Podia ser um post com fotografias de coisas e/ou pessoas que cruzaram o meu caminho estas férias? Poder podia, mas não era a mesma coisa. O que vai sair daqui (além da parvoíce habitual) é uma espécie de documentário / questões de quem claramente levou com demasiado sol na tola.

(Inserir estilo David Attenborough)
A observação da fauna, geralmente não local, e dos rituais de acasalamento derivados do calor e excesso de álcool reveste-se de um carácter educacional de elevado valor, particularmente ao nível do what not to do.

Como cenário temos um bar, música alta, álcool em abundância, vestes reduzidas. Um grupinho de 3. Ele, ela e o amigo em comum. Ela, claramente interessada nele, inicia o ritual... Esfrega aqui, toca ali, sorri, ri muito alto, abana-se, despacha o amigo para ir buscar bebidas. Ele vai sorrindo com um ar de quem não sabe muito bem se quer se não, olhando em volta como uma corça assustada, e onde está o caraças do amigo que nunca mais volta. Ela ignora todas as reticências do rapaz e começa a agarrar mais aqui e mais ali, a gritar sussurar mais ao ouvido, a pendurar as garras com mais força no pescoço da vítima / refeição.

Amigo volta com as bebidas. Ahhh, o alívio! Imediatamente os  2 machos iniciam uma conversa deveras interessante sobre, imagine-se, trabalho e ela vai lançando olhares fulminantes, ao mesmo tempo que tenta disfarçar a tromba expressão "raio do empata f****". Amigo ausenta-se novamente, quiçá para uma ida ao WC. Ela sabe que não tem muito tempo, é agora ou nunca, a expressão facial muda novamente, e veloz, agarra-lhe a cara com toda a força que reúne e toma lá com o meu hálito e sabor a cerveja para ver se amansas. Ele faz um sorriso de quem recebeu um par de meias pelo Natal e começa imediatamente a achar paredes e chão as coisas mais fascinantes que viu na vida.

Na noite seguinte, passam os dois sozinhos pela rua, já sem o amigo. Ele em passo apressado, à frente dela, com o olhar no vazio, ela mais atrás, quase em corrida para o acompanhar, pendurada no braço dele. Não há contacto visual. Não há conversa. Da parte dele nem sequer contacto físico.

Conformismo? Síndrome antes mal acompanhado que só? Nunca ter sentido o que é conhecer e envolver-se com alguém que não consegue parar de nos olhar e tocar? Ou não vamos perder tempo e começamos já pelo fim?