A realidade é que, apesar de por vezes ser referido como o "viagra feminino", pouco ou nada tem a ver com ele. Quer dizer, o resultado final pretende ser o mesmo,
"Já fez efeito? E agora, jáaaa? É hoje, mulher?"
"Não, não, querido, só para a semana... do Natal."
Como se tudo isto não fosse já motivo suficiente para franzir o sobrolho ao raio do comprimido rosa, ainda tem a agravante de não poder ser misturado com álcool. Mesmo. A sério. A substância mais eficaz a derrubar problemas de libido (e pessoas também, no caso de ultrapassada a dose terapêutica de um ou dois copos) não pode ser ingerida com este tratamento. Ora, tendo em conta que o etanol actua em poucos minutos ou horas, mais uma vez parece-me que o addyi não é assim tão vantajoso. Aliás, a sua toma implica arriscar tonturas, convulsões, desmaios, náuseas e muitos outros efeitos adversos, potencialmente graves, para uma eficácia estimada de UMA relação sexual satisfatória POR MÊS (seriously???).
A somar ao que já disse, convém notar que esta medicação não é indicada (nem eficaz) para os problemas de libido feminina resultantes de:
- más notícias,
- stress no trabalho,
- parceiros que chamam a mãe de "mãezinha",
- parceiros que dão calinadas na gramática e/ou em diferentes situações sociais,
- parceiros que não conseguem afastar a mão do seu próprio material, quer seja a coçar, afagar ou apenas segurar,
- fraca higiene corporal,
- monocelhas ou outra qualquer manifestação do síndrome Tony Ramos,
- flatulência desmedida,
- flirt constante com outras mulheres, presencial ou online,
- palavrinhas cutxi cutxi e vozinha de bebé nos preliminares ou no decorrer do acto sexual,
- uso excessivo e descontrolado da língua,
- nudez parcial, constituída apenas por um par de meias,
- rotação rápida e repetida de ancas e cintura, em frente ao espelho ou à parceira, em estado de nudez, parcial ou total,
and so on, and so on...
Exposto isto, sou só eu que não vejo utilidade nenhuma a este medicamento?