21 agosto 2014

Deixai vir a mim as criancinhas... mas com limites

Sou uma pessoa que gosta de crianças... no geral.
Mas depois há os casos particulares.

Como, por exemplo, quando andamos descansados às compras e surge do nada um pequeno exemplar aos guinchos que se agarra à nossa perna com unhas e dentes, mãos e pés, braços e pernas.
A pequena lapa está agora firmemente agarrada e nunca a vimos na vida, e nem conseguimos pensar dado o berreiro. Após o transe inicial tentamos falar com a pequena criatura mas ela não nos liga nenhuma. E continua a gritar. E continua firmemente presa.
Então tentamos andar, com toda a elegância de alguém que tem quase metade do seu peso corporal agarrado a uma perna. Parecemos uns trambolhos, claro.
Tentamos novamente apelar ao pequeno ser. Tentar perceber o que pretende, o que lhe aconteceu, onde estão os paizinhos e por aí. Nada novamente.
E começamos a perceber os olhares e sussurros de quem está à nossa volta, com aquele ar de crítica e desaprovação. "O que é que esta parvalhona fez à pobre criancinha?". "Eu????"

E os pais nowhere to be seen.
Pensando melhor, acho que não gosto é de alguns pais.

19 agosto 2014

Dias de rato

De vez em quando lá aparecem comitivas em visita aos laboratórios. E de vez em quando lá me calha a mim o azar de fazer a apresentação. E é tão gratificante quando não podiam ligar menos ao que estamos a dizer e optam antes por tirar fotografias ao rato de laboratório / animal de circo que eu represento ali de bata. Nesses momentos surge aquela vontade de encher as bochechas de ar e começar a esfregar as mãos em frente à cara (diria bigodes, mas não tenho).

Controla-te pequeno rato. É suposto seres uma profissional séria... E mesmo aceitando-se alguma excentricidade na ciência, acho que não te safas se começares a morder as pessoas. Já bastam estes diálogos internos.

15 agosto 2014

Nunca pensei dizer isto....

... mas sinto falta do palco.

Bem, talvez não do palco propriamente dito.
Sinto falta da agitação dos camarins, dos laços que se criam nos momentos de maior pressão, das lágrimas e risos. E principalmente daqueles instantes, quando as luzes se acendem, a música começa... e tudo o resto desaparece.



Oh well, em Setembro há mais

14 agosto 2014

Aplicar à discrição

Era só para dar uma pequena novidade. Pensando melhor, se calhar não é. E a minha tentação para generalizar é grande, mas estou a tentar controlar-me. Enfim, vamos lá.

Algumas pessoas gostam de sinceridade. Não se ofendem quando ouvem um não. Já uma daquelas desculpas fraquinhas é coisa para gerar alguma irritação. Porque algumas vezes, algumas pessoas, reconhecem uma dessas quando a ouvem. 
Então pergunto, é assim  tão difícil dizer não? Ou deverei antes perguntar, com que tipo de loucos já se cruzaram que justifique o medo que têm da reacção a um não directo?

Era só isto.

12 agosto 2014

O que é que mudou?

É o que eu te pergunto. Porquê novamente a insistência? Porquê agora?
A verdade é que tinhas razão quando disseste que devíamos ficar apenas pela conversa. E ainda bem que assim fizemos.
Porque eu não sou a pessoa por quem tu estás disposto a correr riscos. Não sou quem tu queres. Ou não estás preparado para querer alguém. Em ambas as hipóteses o resultado final é o mesmo. Tu não queres realmente e ambos sabemos disso.

E não há problema, a sério que não. Nem ressentimentos, mágoas ou qualquer tipo de drama. Apenas duas pessoas a viver a vida. E que merecem vivê-la. E eu passei muito tempo (aliás, ainda passo) a descobrir quem sou e o que quero, a aceitar que tenho direito a isso. Que mereço. Eu, tal como tu, tal como toda a gente. E não me contento com menos.
Eu quero alguém que queira realmente. Ouvir a minha voz. Estar comigo. Arriscar. Partilhar. Deixar-me entrar e descobrir. Que queira entrar e descobrir. Que me trate com respeito e nunca como algo para passar o tempo enquanto não decide ou encontra o que quer. Eu sei que todos nós o fizemos numa ou outra fase da vida. Não condeno nem julgo. Mas para mim isso é estar perdido. E tal não me faz querer ficar longe de ti, ou achar que não vales a pena. Não, apenas faz com que eu não continue à espera. E não aceite o pouco que me ofereces. E que as palavras já não sejam suficientes.

Mudou alguma coisa? Mostra-me, não me digas. Não quero ouvir, quero ver.
Tens medo que não dê certo? Tens medo da rejeição? Também eu. Não queres investir sem saber que vais ganhar? Então mais uma vez, não queres realmente. E eu não tenho essa ilusão, sabes porquê? Porque quando queremos, fazemos. Vamos em frente. Mesmo sentindo medo, a esperança de conseguir o que desejamos é mais forte. Por isso não preciso de desculpas, nem ilusões, nem receios de ferir os meus sentimentos.

Porque no fundo não é complicado. Somos apenas tu e eu, ou sim ou não.

04 agosto 2014

Figuras tristes

Quando às 4h da manhã chegas a casa e encontras uma aranha gigante no meio da porta. Começas ao pontapé a tentar acabar com a bicha, enquanto histericamente vais berrando "morre p***". E no dia a seguir passas pelos vizinhos da frente que te olham de uma forma estranha e ocorre-te que, muito provavelmente, ouviram a tua pequena demonstração de loucura.





Lá se foi a minha reputação...