27 fevereiro 2015

Se fosse assim tão fácil adivinhar os números do Euromilhões...

Adicionar um novo contacto no skype. Apostar qual vai ser a primeira pergunta.
3... 2... 1.... "Olha, porquê o nome X?"
Resposta invariável, "és o primeiro que me faz essa pergunta".
Mentira, não respondo nada. Ou melhor, depois da gargalhada inicial, digo a verdade.

Note to self : já mudavas isto... ou então acrescentavas uma nota explicativa no campo da disposição.

25 fevereiro 2015

Afaga-me o ego? Não digo que não

O terceiro convite para a participação num videoclip.
Oh yes, darling, you may continue, hmmm...

24 fevereiro 2015

Considerações parvas de quem conduz para o trabalho em estado catatónico

Por estes lados, o negócio dos Gabinetes de Apoio ao Motorista já não é feito de produto nacional. Ah e tal, então, mas isso é culpa do consumidor. Claro, claro, mas as funcionárias estrangeiras têm metade da idade, metade do peso, metade do buço e o dobro das mamas. E ainda trazem inspiração e espírito empreendedor lá de fora, ao instalarem-se confortavelmente em sofás ao longo da estrada. Sim, nada de esperar de pé ou em banquinhos desmontáveis, no Red Light Pinhal, as meninas apostam na prevenção das varizes...

19 fevereiro 2015

Após a interrupção da programação habitual, iremos retomar a emissão já de seguida

Que é como quem diz, isto andava demasiado sério, e não pode ser. Não? Não, não pode, tenham lá paciência. Dito isto, e no seguimento de uma conversa animada com uma amiga, sobre os tempos da faculdade, resolvi fazer serviço público e partilhar aqui algumas dicas de extrema utilidade que aprendi nessa altura. 

Ahhhh, belos tempos, que saudades... Mas divago, desculpem. Segue então, sem mais demoras, a compilação de alguns dos melhores ensinamentos a que tive acesso.

1. "O melhor truque para disfarçar o perfume de outras mulheres é passar pelo laboratório e borrifar algum beta-mercaptoetanol". Pensando melhor, a quantidade de divórcios do autor da dica coloca em causa a eficiência da mesma, por isso não tentem isto em casa.
2. Num exame não tem mal copiar pelo vizinho do lado, desde que respeitem o "falem mais baixinho, por favor".
3. "As únicas duas situações onde não se deve proceder ao exame da próstata por toque rectal são quando o médico não tem dedo, ou o doente não tem cu". Talvez tenha faltado ali a situação do doente ser mulher, just saying...
4. Cair literalmente no colo de um professor, na pressa de lhe entregar um trabalho solicitado, garante que ele fuja de vocês o resto do ano, e dificilmente vos dê outro prazo apertado.
5. Por outro lado, esbardalharem-se em frente daquele por quem têm um fraquinho, porque vão a olhar para ele com olhos de carneiro mal-morto e não repararam no degrau, tem o mesmo efeito do ponto anterior.
6. Fumar nas aulas não tem problema desde que o cigarro seja atirado pela janela e quando acerta em alguém, a fechem rapidamente, assim como a porta da sala, e digam aos alunos para se fingirem de mortos.
7. Quando um professor vos conta que caiu antes da aula e rasgou as calças atrás, mas "felizmente tinha uma bata para disfarçar", não se pronunciem sobre o facto de esta não ser das que apertam à frente, e solicitem várias vezes que ele escreva algo no quadro.
8. Partir pipetas é permitido desde que o façam com estilo, i.e. "agarrem-nas à João Moura, porrra!"
9. Se num exame prático de análise de parasitas fecais, outro professor entrar na sala e perguntar "que cheiro a merda é este?", respondam "isto é Impulse". Ou "Eau d'Merde", também resulta.
10. Quando a vossa professora, que sofre de algo semelhante a narcolepsia, se "desliga" em plena aula, podem sair de mansinho. Shiiuu, isso, assim, ligeirinhos.
11. Nada de levar dedos à boca ou experimentar alguns dos medicamentos que prepararam, a não ser que estejam interessados num desarranjo intestinal.

E pronto, por hoje é só. Ohhhh, então porquê? Porque, queridos pupilos, tanta sabedoria deve ser partilhada em pequenas doses, a fim de evitar efeitos secundários graves. 

17 fevereiro 2015

Eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida?

Toda a gente se queixa de ter sonhos estranhos de vez em quando. E tão variados como os sonhos são as correntes científicas que os tentam explicar. As mais ligadas à área das neurociências defendem a importância no processamento das informações diárias, na mistura e consolidação de memórias e na própria simulação de comportamentos. Já para Freud, seriam a realização de desejos reprimidos do inconsciente de cada um. A psicologia moderna acaba por aproximar as distintas áreas de estudo, fundamentando as suas análises em estudos neuronais. E claro, ciência à parte, existe ainda quem os encare como sinais ou premonições.

Mas no que diz respeito à mente, as dúvidas continuam a ultrapassar em muito as certezas. E paralelamente à temática dos sonhos, correm também as teorias sobre o poder do subconsciente, a possibilidade de transmitir ou adivinhar pensamentos, ou de exercer qualquer tipo de poder telepático. Também será comum a muitos aquela afinidade que sentem com alguém, que permite saber muitas vezes o que o outro está a pensar sem sequer precisarem de trocar um palavra.

Causa ou consequência da minha formação, sou uma pessoa céptica e analítica. Mais, sou realmente chatinha quando se trata de acreditar, preciso de explicações, de provas, de ver, de perceber. Ainda assim, sou capaz de fazer algumas concessões. Mesmo não entendendo totalmente a mecânica da coisa, aceito que seja possível reter memórias que conscientemente não possuímos ou que seja possível conhecer alguém tão bem que não haja segredos quanto ao que essa pessoa está a pensar ou a sentir. E sendo que tudo no nosso corpo é o resultado de reacções químicas, as moléculas nelas envolvidas podem de alguma forma estimular não só o nosso, mas o cérebro de outros.

Resumindo a minha opinião a uma palavra, plausibilidade. Consequentemente, não estranhei ter sonhado, assim do nada, que passados meses de silêncio, ele vinha falar comigo. Tal como também não estranhei quando, na manhã seguinte, o telefone vibrou e... tenho saudades de falar contigo.

"Eles não sabem que o sonho / é uma constante da vida / tão concreta e definida / como outra coisa qualquer"

16 fevereiro 2015

Memórias de uma vida que passou*

Podia ter sido um dia como outro qualquer. Começou dessa forma. Apenas mais um, perdido no meio de tantos. Previsíveis, tranquilos, com certezas absolutas. Sem nada que o distinguisse, sem nada que permitisse prever um final diferente. Até ao momento. Aquele momento, uma simples pergunta, uma simples observação que, do nada, concentra em si todo o poder do inesperado. A sensação de pavor é invasiva, incapacitante, não deixa espaço a racionalizações, obriga-me a correr, a suplicar por favor não, por favor, por favor... Preciso de ver, de saber, acreditar até ao último instante que não, não comigo, não connosco, é só mais um dia, no meio de tantos que temos, não, não e não. Chego e os meus olhos correm a cena, frenéticos, desfocados, lágrimas? Não vejo, não reconheço, aquele corpo estendido, rodeado, o caos de uma vida que se esvai, os esforços de quem a tenta salvar, ali, naquele momento, o inesperado, não, não! Um mantra repetido até à exaustão, pensamentos que não se fixam, desfilam, velozes, indistintos, sem nada nem ninguém que os pare. Mas por entre a visão embaciada algo atinge a confusão, uma imagem indistinta, afastada, cabeça escondida entre os joelhos, um corpo que balança, perdido no meio de outros. O reconhecimento atravessa a mente, ilusão? Esperança que me move os pés, de forma lenta, depois com urgência, a urgência de ver, de sentir, de acreditar. E caio também eu de joelhos, tal como ele, tal como as lágrimas dos dois, reunidos no abraço de quem temeu ver fugir o que sempre considerou certo. Esse toque, esse aperto, o sentir nos braços alguém cujo bem-estar colocamos acima do nosso faz-se acompanhar pelo alívio, que me inunda, com força, bem-vindo, obrigada, muito obrigada... Mais um momento, uns segundos, uns minutos? A vergonha, é ela que corre agora, ligeira, discreta, escondida, arrastada pelas outras sensações, vai ganhando terreno, enquanto observo, agora, a cena que continua a desenrolar-se em torno de mim, de nós. Foi apenas uma ameaça, um pequeno abalar da normalidade da vida, mas é real para outros que não eu, está ali, continua, um pesadelo que não acaba. E eu sinto o quê? Gratidão? Sim. Manchada. Em luta, envergonhada, o amor é afinal egoísta. Um ano depois, e ainda não sei qual dos sentimentos preserva esta memória em mim.

*Outra década, outro local, outra vida.

11 fevereiro 2015

Sabes que o frio já te começa a fazer mal quando...

... o teu vizinho muuuuito saudável resolve oferecer-te o espectáculo de se passear em roupa interior, de luz acesa e sem cortinados, e o teu primeiro pensamento é

a tua casa deve estar tão quentinha... parvo!

10 fevereiro 2015

Arrested development

Andava tranquila na saga de actualizar as séries para ver quando descubro que esta pequena maravilha tem afinal quatro temporadas, e eu só conhecia duas! Chibatadas no rato por ser distraído, e a promessa de corrigir esta falha já nos próximos dias.

Esta é daquelas que me faz rir como uma parvinha, o que não é preciso muito, diga-se em abono da verdade. Curiosamente, nunca conheci ninguém que apreciasse a série, excepção feita a uma pessoa que a tolerava apenas pela oportunidade de observar as figuras tristes e descontroladas aqui da je. Não sei muito bem o que isso dirá de mim, mas enfim, também nunca aleguei ser normal. 

07 fevereiro 2015

Quem te avisa, teu amigo é

E eu avisei. Várias vezes. E mesmo assim ele não me ouviu.

Amigo vem cá a casa tomar café e ajudar amiga com a caldeira. Amigo resolve pedir um favorzinho também. Precisa de um jeitinho no cabelo. Daqueles que envolvem o uso de uma tesoura, ou máquina, ou o raio. Amiga diz que não, nem penses nisso, és maluco, não tenho jeito nenhum, a única vez que usei uma tesoura num cabelo foi numa boneca e nunca mais brinquei com ela, imagina lá como não ficou, e sais daqui com isso tudo torto ou uma vista vazada. Amigo insiste, anda lá, sabes que não ligo, é só um jeitinho, se ficar mal eu rapo tudo, já não era a primeira vez. Amiga continua a avisar, e amigo continua a insistir, confio em ti, tanto que ela começa a ceder e a acreditar também que se calhar até é prendada, e que se algum dia se fartar da ciência está garantida como cabeleireira.

BIG MISTAKE.

Acho que vou só ali comprar um gorro ao rapaz e já volto.

05 fevereiro 2015

Vamos falar de frrrio? Vamos!

Claro, toda a gente sabe que está um frio do caraças, mas que falta de originalidade vir falar sobre isso, yada, yada e não sei que mais. É verdade sim, mas hoje apetece-me e pronto.

Sendo este o caso, começamos com as fotos cliché. Porque foi assim que começou o meu dia.
10h da manhã (nada atrasada para o trabalho, portanto) e um carro cheio de gelo, com esta maravilhosa temperatura exterior.

Bom, pelo menos estava sol, e após superar a prova do gelo, o dia só podia correr melhor, certo? Errado. Ao chegar à empresa sou recebida com a feliz notícia que os ares condicionados estão avariados. Ahhh, a maravilha de trabalhar de casaco e bata por cima (olha o boneco da Michelin!!), e ter de fazer visitas frequentes à rua para derreter as estalactites alojadas no cérebro... Isto até o sol ir embora, claro. A partir daí foi o aguenta e é se queres.

Fim do dia. A sonhar com o regresso a casa, ligar o aquecimento e iniciar o processo de descongelar as extremidades. Então e pelo menos isso correu bem, não? Não. Não mesmo. A p*** da caldeira resolveu passar-se. Hoje, logo hoje. E nem a assistência dos amigos via telefone me salvou. Porquê? Porque não tenho força física suficiente para resolver o problema. E estúpida recusei a vinda de um deles cá a casa para me ajudar, "deixa lá, já é tarde, não estejas a sair agora de propósito, eu aguento bem até amanhã"... 

Desta forma, e já que a massa adiposa também não é grande coisa para estes lados, estou assim disfarçada de chouriço com pernas, embrulhada em tudo o que é manta (nem o roupão do gajo escapou, oops), a pensar em quê? Em nada de jeito, como aqui se exemplifica, já que o Tico e o Teco, covardes, resolveram hibernar.

03 fevereiro 2015

E fiquei a pensar naquilo de não existir uma só resposta para uma mesma situação

Dois amigos. Um jantar e um almoço. Dois desabafos, tão diferentes mas tão iguais. Dois que esperavam palavras de sabedoria, uma solução mágica, uma garantia de que vai correr bem. Mas eu não tenho disso. Sei o que funcionou comigo. Não sei se será assim com os outros. Posso ouvir, posso apoiar, posso opinar e comentar se me pedirem. Posso responder, mas a minha verdade não tem de ser a de mais ninguém. Em muitos pontos não é mesmo.

Como o medo de ficar sozinho. "Não sentiste?". Não, não senti. Não sinto. Não é sequer um medo. Hesitei? Claro. Ponderei? Sim. Metade de uma vida, amigos e famílias unidas, animais de estimação, bens em comum. Sonhos de "normalidade", expectativas de terceiros. Tentar acreditar que não falhámos, aceitar que o nosso "normal" não é o dos outros. Que tudo muda ou pode mudar, que o que não se cuida, morre. Que ficar parado ou acomodado a uma situação assim é flagelação diária. E que depois disso precisamos de tempo. E de estar sozinhos. De recusar o que nos pode enganar, os fracos substitutos, as tentativas de nos distrair do que vivemos e do que passámos. Porque é quando a necessidade desaparece que aproveitamos as coisas boas. Que aceitamos porque queremos, quando queremos e apenas e só enquanto quisermos. Enquanto nos fizer bem.

Não, não tenho respostas one size fits all. Talvez fosse mais fácil, talvez me sentisse menos impotente com a confusão deles. Mas provavelmente faz sentido ser assim. Que apenas as soluções encontradas por cada um sejam as correctas. Ou que, simplesmente, não existam respostas certas.