"A theory is something nobody believes, except the person who made it.
An experiment is something everybody believes, except the person who made it."
Pensavam que eu me estava a sentir inteligente? Quite the opposite...
Dúvidas, dúvidas e... mais dúvidas.
23 novembro 2015
17 novembro 2015
Yay ou haha?
Como é que se faz para aumentar o tempo que as pessoas despendem no Facebook? Fácil. Colocam-se à disposição 6 novas opções para interagir com as publicações alheias (ou com as próprias no caso dos auto-likes). Já estou mesmo a imaginar os dramas e indecisões que isto vai causar por aí.
Na escolha:
"Hum, deixa cá ver, isto é muito digno de like. Mas será de love? E se eu puser o coração não será interpretado como outro tipo de interesse? Por outro lado, só um gosto, assim fraquinho? Isso foi o que as outras todas puseram. Falsas!"
"Ora, isto fez-me rir, haha, mas o yay é mais giro. É assim coradinho, parece envergonhado, e ainda expressa outro tipo de apoio. Mas, e se for apoio a mais? E se ficam a pensar que é uma manobra de engate? Que sou uma oferecida? Bolas."
E claro, na interpretação:
"Aaahhh, tenho um love!! Não é um simples gostar, será que está interessado em algo mais? E o outro que só fez like? Caramba, o decote merecia pelo menos uns 5 love, tenho de descascar mais isto."
"Esta foto teve 200 likes, nada mau. Já a outra teve 120 likes, 47 love, 23 yay e... quem foi o palhaço que fez haha? Mas está-se a rir de quê? Está a gozar comigo? Ou será que me acha piada? É melhor postar outra foto para tirar as dúvidas."
"Caramba, e agora como é que se avalia o sucesso da publicação? Maior número de likes? Os love valem por dois like, não? E os sad? Ou angry? Descontam pontos dos outros?"
Cá estão eles, todos fofos, prontos para aumentar a média dos 100 minutos por dia... e as depressões também.
12 novembro 2015
E se fosses comer mer**?
Calma. Não estou ofendida com ninguém. Nem estou a tentar ser ofensiva. Believe it or not, é mesmo um tema científico. E escatológico também. Claro que, se quiserem aproveitar, podem usar isto com alguém que considerem particularmente irritante e safarem-se com a desculpa "é para o teu bem". Só boas ideias que saem daqui. Tudo por vocês.
Mas vou então explicar melhor. Existe uma empresa que basicamente funciona como um "banco de fezes". Sim, é em tudo semelhante a um banco de sangue. O objectivo é fornecer material para transplantes fecais. Leram bem. Pegam em caca de um pessoa e transplantam para o intestino de outra. Xiiii, c'a nojo, blhacccc, oh rato, 'tás parva ou quê? Eu sei, desculpem, não é um tema muito bonito. E estes transplantes também não. Principalmente porque a maioria são feitos por colonoscopia. Mas tu queres parar com isso? Já te calavas! Esperem... vá, já existe uma alternativa. Dadas as dificuldades e desconforto do procedimento, agora a empresa desenvolveu um novo método... tcharan... cápsulas com fezes congeladas!! Hum, que tal? Melhorou ou não melhorou? É só meter uma destas para a boca e esperar que ela faça o percurso tradicional até chegar ao intestino! Um bocadito de água para ajudar a descer ( não vão querer que a cápsula vos fique presa na garganta, aposto) et voilá.
E as boas notícias? Para nós aqui, nada de especial. Mas quem mora perto da empresa (feel I'm goin' back to Massachusetts, trá lá lá...), pode candidatar-se a dador e ser bem pago por isso. A sério. O que origina a próxima boa ideia. Se algum dia quiserem dizer a alguém "não vales uma mer**", aqui está a vossa saída. Eu sei, eu sei. Não precisam de agradecer. Estou cá para isso.
Mas vou então explicar melhor. Existe uma empresa que basicamente funciona como um "banco de fezes". Sim, é em tudo semelhante a um banco de sangue. O objectivo é fornecer material para transplantes fecais. Leram bem. Pegam em caca de um pessoa e transplantam para o intestino de outra. Xiiii, c'a nojo, blhacccc, oh rato, 'tás parva ou quê? Eu sei, desculpem, não é um tema muito bonito. E estes transplantes também não. Principalmente porque a maioria são feitos por colonoscopia. Mas tu queres parar com isso? Já te calavas! Esperem... vá, já existe uma alternativa. Dadas as dificuldades e desconforto do procedimento, agora a empresa desenvolveu um novo método... tcharan... cápsulas com fezes congeladas!! Hum, que tal? Melhorou ou não melhorou? É só meter uma destas para a boca e esperar que ela faça o percurso tradicional até chegar ao intestino! Um bocadito de água para ajudar a descer ( não vão querer que a cápsula vos fique presa na garganta, aposto) et voilá.
E as boas notícias? Para nós aqui, nada de especial. Mas quem mora perto da empresa (feel I'm goin' back to Massachusetts, trá lá lá...), pode candidatar-se a dador e ser bem pago por isso. A sério. O que origina a próxima boa ideia. Se algum dia quiserem dizer a alguém "não vales uma mer**", aqui está a vossa saída. Eu sei, eu sei. Não precisam de agradecer. Estou cá para isso.
Para não dizerem que aqui não se aprende nada, além do link, também vos dou uma breve explicação. Este é realmente o melhor tratamento para infecções por uma bactéria que provoca diarreias graves, e é responsável pela morte de muitos doentes. Além disso, é daquelas bactérias piores que o "malámen", resistentes à maioria dos antibióticos. Neste contexto, as fezes de dadores saudáveis são a melhor forma de recuperar a flora bacteriana boazinha, e absolutamente necessária, que vive alegremente no intestino e que foi dizimada pela outra parvalhona. Como podem ver, é um assunto sério, o que não invalida que o slogan que me ocorre para esta empresa seja algo do género "precisamos de cagões!" Oops, desculpem. Pronto, já me calei.
10 novembro 2015
Futebol, política e religião
Se eu fosse uma pessoa prendada para essa coisa dos GIFs, teria acrescentado uma Nossa Senhora de Fátima a pairar ali no meio. E o Profeta Maomé a puxar-lhe o manto.
Porquê tocar apenas em dois pontos sensíveis, se se pode bater logo em três? Os tempos não andam famosos para desperdícios...
08 novembro 2015
Google, seu malandreco
Ai, ai, ai, então vais ofender assim nuestros hermanos, com uma tradução destas?
Só aqui entre nós os dois, eu até achei o nome original mais engraçado do que o erro. Porquê? Ora, não é mais estimulante poder usar a imaginação para segundos sentidos e interpretações, do que ver logo assim a piada toda escarrapachada?
Hum? Viste, viste? Grelo... estimulante... escarrapachada... Percebeste a ideia?
Não? Ppppffff, e ainda falam bem da inteligência artificial!
Só aqui entre nós os dois, eu até achei o nome original mais engraçado do que o erro. Porquê? Ora, não é mais estimulante poder usar a imaginação para segundos sentidos e interpretações, do que ver logo assim a piada toda escarrapachada?
Hum? Viste, viste? Grelo... estimulante... escarrapachada... Percebeste a ideia?
Não? Ppppffff, e ainda falam bem da inteligência artificial!
05 novembro 2015
Há os que tremem com picas e os que fazem tremer quem pica
Se vieram enganados pelo título e estão a pensar que vou dissertar aqui sobre algum tema de natureza badalhoca (ai essas cabecinhas...), podem já parar de ler. Vá, não digam que não sou amiga.
Há pessoas que têm problemas com agulhas. Era o caso da senhora que chegou hoje, antes de mim, ao laboratório de análises clínicas. Já entradota na idade (shiu, eu sei que não vou para nova, mas aquela já me levava um bom avanço), toda ela tremia enquanto entregava a requisição. "Ai, sabe, isto já tem um ano, eu não gosto nada de tirar sangue, depois só me lembro quando preciso de ir à médica novamente". A voz a falhar, o papel a tremelicar nas mãos, a resignação enquanto a técnica dizia "tenha calma, não vale a pena estar assim, a senhora tem aqui umas veias que são uma maravilha, não custa nada... pronto, já está!" E lá saiu ela, branca como a cal da parede, quase muda, passito apressado na ânsia de fugir dali.
Entro eu. Calma e serena, respondo ao sorriso da técnica com o meu próprio. Conversa de circunstância, ela tão calma e profissional. Fiel à minha história, sento-me e arregaço as duas mangas, expondo os dois braços. O sorriso dá lugar a uma ligeira expressão de interrogação. Respondo calmamente "deixo-a escolher". E começa o mesmo baile de sempre. Coloca garrote num braço, apalpa, franze o sobrolho, tira garrote, coloca no outro braço, apalpa, franze ainda mais o sobrolho. Por esta hora o sorriso já vai a milhas e começa a notar-se um ligeiro tremor. "Estas veias...".
Sim, as minhas veias. Já lhes chamaram muita coisa. "Fios de cabelo" e "bailarinas". Engraçado, combinam com a dona. Já lhes fizeram muita coisa também. Já mas colapsaram. Já mas atravessaram de um lado ao outro. Já as perderam a meio da colheita, obrigando a várias reviravoltas com a agulha para as voltar a encontrar. Já me deixaram braços completamente negros. Já tremeram e suaram durante o procedimento. Já foram buscar agulhas pediátricas. Uma boa colheita, para mim, traduz-se em sair de lá sem hematomas e apenas com uma marca de picada, mesmo que acompanhada pela forte dor no braço, que nunca ninguém conseguiu evitar.
Gostava muito de ser dadora de sangue. Mesmo. Só que não tenho o peso mínimo exigido. Até pode ser que, um dia destes, com algum jeitinho (e uma feijoada na véspera), consiga enganar o pessoal. Tirando isso, a minha dúvida consiste apenas no tipo de ataques que vou provocar nos técnicos ou nas horas que demorará a encher um simples saquinho, já que "baixo débito" é outro dos mimos que usam para descrever o meu sistema venoso. Nome por nome, mimo por mimo, sempre prefiro que me digam que tenho veia (de) bailarina. É que esse, pelo menos, eu posso encarar como um elogio.
Há pessoas que têm problemas com agulhas. Era o caso da senhora que chegou hoje, antes de mim, ao laboratório de análises clínicas. Já entradota na idade (shiu, eu sei que não vou para nova, mas aquela já me levava um bom avanço), toda ela tremia enquanto entregava a requisição. "Ai, sabe, isto já tem um ano, eu não gosto nada de tirar sangue, depois só me lembro quando preciso de ir à médica novamente". A voz a falhar, o papel a tremelicar nas mãos, a resignação enquanto a técnica dizia "tenha calma, não vale a pena estar assim, a senhora tem aqui umas veias que são uma maravilha, não custa nada... pronto, já está!" E lá saiu ela, branca como a cal da parede, quase muda, passito apressado na ânsia de fugir dali.
Entro eu. Calma e serena, respondo ao sorriso da técnica com o meu próprio. Conversa de circunstância, ela tão calma e profissional. Fiel à minha história, sento-me e arregaço as duas mangas, expondo os dois braços. O sorriso dá lugar a uma ligeira expressão de interrogação. Respondo calmamente "deixo-a escolher". E começa o mesmo baile de sempre. Coloca garrote num braço, apalpa, franze o sobrolho, tira garrote, coloca no outro braço, apalpa, franze ainda mais o sobrolho. Por esta hora o sorriso já vai a milhas e começa a notar-se um ligeiro tremor. "Estas veias...".
Sim, as minhas veias. Já lhes chamaram muita coisa. "Fios de cabelo" e "bailarinas". Engraçado, combinam com a dona. Já lhes fizeram muita coisa também. Já mas colapsaram. Já mas atravessaram de um lado ao outro. Já as perderam a meio da colheita, obrigando a várias reviravoltas com a agulha para as voltar a encontrar. Já me deixaram braços completamente negros. Já tremeram e suaram durante o procedimento. Já foram buscar agulhas pediátricas. Uma boa colheita, para mim, traduz-se em sair de lá sem hematomas e apenas com uma marca de picada, mesmo que acompanhada pela forte dor no braço, que nunca ninguém conseguiu evitar.
Gostava muito de ser dadora de sangue. Mesmo. Só que não tenho o peso mínimo exigido. Até pode ser que, um dia destes, com algum jeitinho (e uma feijoada na véspera), consiga enganar o pessoal. Tirando isso, a minha dúvida consiste apenas no tipo de ataques que vou provocar nos técnicos ou nas horas que demorará a encher um simples saquinho, já que "baixo débito" é outro dos mimos que usam para descrever o meu sistema venoso. Nome por nome, mimo por mimo, sempre prefiro que me digam que tenho veia (de) bailarina. É que esse, pelo menos, eu posso encarar como um elogio.
03 novembro 2015
Passado, presente e futuro
Não te metas nisso, disse-me ele.
Porque não? Sabes que quero seguir investigação, este é o passo lógico, um dos únicos possíveis em Portugal, respondi eu.
Mesmo assim, não o faças. Acredita quando te digo que o doutoramento pode ser uma das maiores provas de resistência, física e psicológica, insistiu ele.
Está bem, está bem, vou pensar nisso, leia-se, não me apetece falar mais do assunto, eu fico na minha, tu na tua.
Raios te partam por teres razão.
Na altura pareceu-me um exagero. Não havia assim tantos a seguir esse caminho, as histórias eram difíceis, mas não impossíveis. E com aquela ingenuidade que nos caracteriza, acreditamos sempre que connosco vai ser diferente. Somos especiais, claro. Vamos fazer tudo direitinho, somos fortes, prendados, e persistentes. Vamos ter sorte.
E até tive. Uma bolsa, um trabalho interessante. Resultados que apareceram, não de repente, mas com tempo e dedicação. Meses sem nada, a tal "resistência", posta à prova. Tudo feito nos 4 anos da praxe, mais um para a escrita da tese. Parecia perfeito. Mas já não era.
Temos de patentear os resultados.
Certo, parece-me bem, mas sendo assim não posso publicar. Nem ir a congressos. A faculdade aceita uma defesa sem publicações? E confidencial? Não, não aceita. Então temos de andar com isto. Patente, artigos, congressos, defesa.
Isso demora?
Demorou. Muito. Meses passaram a anos. Revisões de patente, revisões de artigos, advogados e referees para trás e para a frente. Apresentações em congressos. Simultaneamente, novos trabalhos, porque o dinheiro para comer também faz falta. Com a primeira parte resolvida, começam os problemas burocráticos. Após tanto tempo como se resolvem as questões da inscrição e defesa? Mais uns meses, requerimentos, advogados. Incredulidade de quem conhece a história e de quem não conhece também.
Mas tu ainda não desististe? Nem partiste a cara a ninguém? Eu já teria dado em maluco/a.
Sim, estou muito menos sã do que quando comecei. Aquela piada do significado de "PhD"? "Permanent head damage"? Sou eu, tal e qual. Mas desistir? Não me ocorreu. Criei resistência. Adaptei-me ao peso do problema. Continuei a insistir ei, lembram-se de mim? Quero resolver isto.
Anos depois, chegada aqui, a este momento, com data marcada, sinto-me estranha. Incrédula, talvez? Ou será apenas por já não saber caminhar sem esta pedra no bolso? E se depois ficar tão leve que qualquer aragem me deite abaixo?
Raios te partam por teres razão.
Porque não? Sabes que quero seguir investigação, este é o passo lógico, um dos únicos possíveis em Portugal, respondi eu.
Mesmo assim, não o faças. Acredita quando te digo que o doutoramento pode ser uma das maiores provas de resistência, física e psicológica, insistiu ele.
Está bem, está bem, vou pensar nisso, leia-se, não me apetece falar mais do assunto, eu fico na minha, tu na tua.
Raios te partam por teres razão.
Na altura pareceu-me um exagero. Não havia assim tantos a seguir esse caminho, as histórias eram difíceis, mas não impossíveis. E com aquela ingenuidade que nos caracteriza, acreditamos sempre que connosco vai ser diferente. Somos especiais, claro. Vamos fazer tudo direitinho, somos fortes, prendados, e persistentes. Vamos ter sorte.
E até tive. Uma bolsa, um trabalho interessante. Resultados que apareceram, não de repente, mas com tempo e dedicação. Meses sem nada, a tal "resistência", posta à prova. Tudo feito nos 4 anos da praxe, mais um para a escrita da tese. Parecia perfeito. Mas já não era.
Temos de patentear os resultados.
Certo, parece-me bem, mas sendo assim não posso publicar. Nem ir a congressos. A faculdade aceita uma defesa sem publicações? E confidencial? Não, não aceita. Então temos de andar com isto. Patente, artigos, congressos, defesa.
Isso demora?
Demorou. Muito. Meses passaram a anos. Revisões de patente, revisões de artigos, advogados e referees para trás e para a frente. Apresentações em congressos. Simultaneamente, novos trabalhos, porque o dinheiro para comer também faz falta. Com a primeira parte resolvida, começam os problemas burocráticos. Após tanto tempo como se resolvem as questões da inscrição e defesa? Mais uns meses, requerimentos, advogados. Incredulidade de quem conhece a história e de quem não conhece também.
Mas tu ainda não desististe? Nem partiste a cara a ninguém? Eu já teria dado em maluco/a.
Sim, estou muito menos sã do que quando comecei. Aquela piada do significado de "PhD"? "Permanent head damage"? Sou eu, tal e qual. Mas desistir? Não me ocorreu. Criei resistência. Adaptei-me ao peso do problema. Continuei a insistir ei, lembram-se de mim? Quero resolver isto.
Anos depois, chegada aqui, a este momento, com data marcada, sinto-me estranha. Incrédula, talvez? Ou será apenas por já não saber caminhar sem esta pedra no bolso? E se depois ficar tão leve que qualquer aragem me deite abaixo?
Raios te partam por teres razão.
02 novembro 2015
LB, preciso da tua ajuda, por favor
Pelo andar da coisa, os C de cedilha vão conquistar o mundo. Linda, como neste caso o erro ultrapassa a simples cedilha, e provadas as tuas capacidades no "rasuramento com dedo", lembrei-me imediatamente de ti. Confesso que me provocou um bocadinho de urticária, e ainda ponderei se queria almoçar num local onde o pessoal descança, em vez de descansar. Mas as francesinhas em forno de lenha falaram mais alto. Ei, não me julguem, afinal, não passo de um rato.
Mesmo sem descanso, a comida que fazem é muito, muito boa.
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