29 junho 2015

Dois palcos, dois motivos de orgulho

Não, não fui eu que dancei. Quer dizer, também dancei qualquer coisita mas não num palco. Foi na alcatifa mesmo. Faz maravilhas pelas pernas, nem imaginam. Upa, upa. Mas já estou a divagar. O importante é que vi dançar muito. Dias diferentes, estilos diferentes, orgulhos vários. 

O orgulho de ver os professores e amigos serem consagrados campeões europeus.

O orgulho de ver a pequena sobrinha transformada numa grande bailarina.

Tanto orgulho junto, acabei mais inchada do que um pavão. E feliz, muito feliz. Em suma, um pavão podre de cansaço, ostentando o sorriso do gato de Cheshire.

26 junho 2015

A tradição tem as costas largas

Coitada da tradição, sempre a arcar com as culpas de tudo o que é acto de crueldade. Deve ser desagradável... mas... esperem, a tradição é um conceito, não sente dor nem medo, ao contrário da maioria dos seres vivos maltratados em nome dela.

Pois, as touradas em Portugal são "tradição".
Assim como, pelos vistos, é "tradição" queimar um gato vivo.
Sabem o que mais é "tradição" por esse mundo fora?
A mutilação genital feminina.
Os apedrejamentos públicos por determinado tipo de "crimes".
Até a inquisição e a escravatura já foram "tradição".
Podia continuar com os exemplos mas, infelizmente, a lista destas "tradições" é demasiado extensa.

Umas são aceitáveis e as outras não? Não aceito nem concordo com nenhuma. Todas elas são cruéis. Todas elas são praticadas sem o consentimento de ambas as partes envolvidas. Todas elas envolvem provocar dor e sofrimento a seres com capacidade de o sentirem. Humanos e não humanos. Ah e tal, mas os animais não são racionais? Não? Não sei qual será a definição usada para este argumento, mas "falta de racionalidade" poderia apenas ser mais um ponto em comum com os "humanos" que praticam essas "tradições".

(Não, não vou partilhar o vídeo das festas de Mourão. Não o vi e nem o quero ver. A verdade é que nem sequer consigo. O mesmo é válido para todos os outros que envolvam tortura e crueldade com um ser vivo senciente, Homo sapiens ou qualquer outra espécie).

19 junho 2015

Como começar o dia baralhada

Quando a funcionária da recepção do hotel nos pergunta "quer fazer o checkIN out?"
Eeeerrrrr... Say what?

16 junho 2015

O meu momento parurético

Paru quê?!?!
Parurético. Aquele que sofre de parurese. Sim? Não? Bexiga tímida, pah! Bolas, uma pessoa aqui a esforçar-se por usar termos bonitos (ia dizer pipis, mas dado o tema, não quero dar azo a interpretações literais) e vocês nada. Enfim, adiante.

Nunca pensei muito sobre o assunto, até porque, segundo parece, é mais frequente nos homens, e assim sendo não era uma preocupação dos meus belos caracóis. Até um famoso dia em Viena. A verdade é que não gosto muito de casas de banho públicas (há algum maluco que goste?!), fundamentalmente por questões de higiene, e vá, por alguma ausência de privacidade também. Mas apesar de tentar evitar as minhas excursões a tais sítios, há momentos na vida em que tem de ser, e o que tem de ser tem muita força.

Ora, a minha bexiga escolheu o cenário chique de um parque em Viena para me fazer um ultimato, ou vais ou passas aqui vergonha, e lá fui eu, pois que remédio. Como em quase todo o lado naquela cidade, o resolver destas aflições passa pelo pagamento de uma módica quantia, trocando-se o alívio por uma moedinha de 1€. Lá paguei. E assim que entrei, parei especada. No meio daquele enorme espaço, deserto, um homem de esfregona na mão, fazia tranquilamente a limpeza. Uma personagem saída de um filme de terror, uma espécie de corcunda de Notre Dame maléfico, sem um olho e uma enorme cicatriz na face. Ao ver-me ali parada, ladrou-me qualquer coisa em alemão, enquanto agitava a esfregona na minha direcção, e me fixava com o único olho. Pode ter sido um vá lá fazer o seu xixi, mas a mim soou-me mais a faça favor de entrar, eu prefiro assassiná-la quando estiver com as calças na mão. Ponderei as minhas hipóteses, agora eram duas as aflições, também já tinha pago para entrar, a minha última moeda, depois disto a única alternativa era um arbusto no jardim. Lá me enchi de coragem, isso ou o ver da esfregona agitada na minha direcção, que me levou a considerar estar mais segura atrás da porta fechada de um dos cubículos. Ali sentada, naquelas condições, discutia eu com a minha bexiga anda lá pah, estavas a rebentar, agora nada? E ela, está um homem muito creepy mesmo aqui ao nosso lado, desculpa lá se me recuso a trabalhar, sim? Estamos nesta troca de ideias quando, de repente, surge a esfregona por baixo da porta, tacteando todo o chão do cubículo, incluindo os meus próprios pés. Podia ter soltado um gritinho, podia, mas naquele momento todo o meu corpo se tornou tímido, incluindo a minha voz, que fugiu para parte incerta.

Moral da história? Fugi dali ao melhor estilo run for your life. Podiam considerar colocar um aviso alertando para o facto do pagamento ali se destinar não ao alívio, mas a uma mini-sessão numa casa de terror. Claro que, sendo em alemão, o resultado final para mim seria o mesmo. Run, Forrest, run.

12 junho 2015

#Distractinglysexy

Ainda a propósito do que escrevi ontem...
Mulheres cientistas reagiram por todo o lado às declarações do Nobel. Fizeram-no com fotos e vídeos delas próprias, nos laboratórios onde trabalham. Nos intervalos das suas crises de choradeira, e quando não se estavam a apaixonar por ninguém, claro.

Deixo aqui uma amostra.
Não, não vou colocar nenhuma foto minha no laboratório. Não vá o Tim ter razão e apaixonarem-se todos por mim. Eu sei, é difícil  resistir a tanto sex appeal. I'm too sexy for my lab coat.

Vídeo retirado daqui

11 junho 2015

Mulheres na Ciência não choram

Há opiniões e opiniões. Mentes tacanhas, mentes abertas, mentes brilhantes. Acreditava eu que seriam mutuamente exclusivos. Pelos vistos não são.

A prova está nas declarações de um homem da ciência. Mente aberta? 
Homem esse galardoado com um prémio Nobel. Mente brilhante? 
E que veio declarar que as mulheres causam problemas aos homens nos laboratórios. Porquê? Porque eles apaixonam-se por elas. Elas apaixonam-se por eles. Elas choram quando são criticadas. Este senhor defende que a existirem mulheres na ciência, deviam estar segregadas, isoladas em laboratórios sem homens. Ei, se todos os homens na ciência fossem assim, até eu concordaria com essa separação. Afinal, nenhuma mulher quer ter um troglodita apaixonado por si, certo? 

Bravo Tim, conseguiste provar que a idade das trevas pode subsistir na era científica. Ah, claro, e conseguiste ser despedido também. Vê pelo lado positivo, assim não precisas de aturar mais nenhuma mulher da ciência. Good for you.

05 junho 2015

Não sou fashion

Muito menos fashionista. Se isso me incomoda? Não, nadinha. Tenho os meus gostos e as minhas opiniões e não me sinto compelida a seguir tendências. Por outro lado, também não tenho absolutamente nada contra as tendências e os gostos dos outros, desde que estejam lavadinhos.

Mas há uma coisita que me faz uma certa confusão. Nomeadamente, aqueles deditos pendurados fora das sandálias ou peep toes. Nas crianças até percebo. Elas crescem rapidamente, de um dia para outro, é difícil acompanhar isso com calçado sempre à medida. Mas nos adultos surge-me a dúvida. Já compram um tamanho pequeno? O tamanho certo está esgotado e queriam mesmo, mesmo, mesmo muito aqueles sapatos? Foram picados por algum insecto que tenha provocado uma reacção alérgica e transformado o pé de princesa em pé de troll? Não percebo. Mas sinto pena daqueles deditos ali, sem abrigo, expulsos do que devia ser a sua casa, sem tecto nem chão. E no caso daquele calçado com plataforma, mais triste fico de os ver, pendurados no precipício, à beira do abismo, prestes a cometer suicídio e sem ninguém que os salve.

04 junho 2015

O karma sabe dançar

Há vários tipos de pessoas numa aula de dança. Os que se ajeitam, os que nem por isso mas fazem um esforço, e os que decididamente não nasceram para reencarnar o Fred Astaire, mas sim o Mike Tyson. E insistem, insistem, insistem. Podiam aceitar a sua condição pé de chumbo e dedicarem-se à pesca, mas nãoooo, isso nunca. Optam antes por massacrar quem tem a infelicidade de dançar com eles.

Ah e tal, que implicância, rato. É verdade, bem sei, não é bonito da minha parte este tipo de queixas. Eu até sou tranquila, a sério que sou, mas há qualquer coisa no facto de levar marretadas na cabeça de forma continuada, que me faz perder a razão. Provavelmente porque tais "carinhos", aplicados semanalmente, baralham o tico e o teco e provocam-lhes sede de sangue. Não passo uma semana sem unhas partidas, cotoveladas na testa com direito a hematoma, braços deslocados, ou um nariz vermelho e dorido. Volto a repetir, são aulas de dança. Não são artes marciais, nem defesa pessoal. E a pessoa que me aplica estes mimos (e às outras "sortudas" que lhe passam pelas mãos), tece sempre o mesmo tipo de comentários, "ah, não foi assim tão mau, o meu cotovelo mal sentiu o toque". Podia tentar explicar ao energúmeno que isso talvez se deva ao facto de ele ter menos terminações nervosas aí do que eu tenho nas zonas onde levo pancada, mas costumo estar distraída com as dores, a limpar sangue ou a fazer gelo, my bad.

Ontem, aproximei-me do carrasco, envergando já o meu melhor feitiozinho de merda que tal personagem me inspira. Ele mostra-me a mão, com um curativo, em sinal de "Não tocar". Oohh, tem dói-dói? Ai que pena! Dancemos então. Oops, acertei onde não devia? Oohh, mas não foi com força, não? Eu nem senti, não doeu de certeza. Vamos lá a parar com a mariquice, sim?

Karma is a bitch.

02 junho 2015

Não vamos ser literais, não?

Centro de laboratórios vocacionados para Drug research.
Visita surpresa da brigada cinotécnica.

Eeeerrrr, não. Aqui não trabalhamos com coisinhas que fazem rir, senhores agentes. E com grande pena nossa, mocas só com éter e CO2. Ou uma snifadela de clorofórmio de vez em quando. Os ares alucinados são mesmo resultado de meses a fio enfiados num laboratório, com poucos ou nenhuns resultados. Faz parte do pacote. Não, não é esse tipo de pacote. Pronto, cheirem lá à vontade. Cãozinhoooo lindoooo.

Embirrações #3

Duas faixas de rodagem praticamente desertas.
Um panhonhas a circular a menos de metade da velocidade legalmente permitida.
Na faixa da esquerda.