26 junho 2015

A tradição tem as costas largas

Coitada da tradição, sempre a arcar com as culpas de tudo o que é acto de crueldade. Deve ser desagradável... mas... esperem, a tradição é um conceito, não sente dor nem medo, ao contrário da maioria dos seres vivos maltratados em nome dela.

Pois, as touradas em Portugal são "tradição".
Assim como, pelos vistos, é "tradição" queimar um gato vivo.
Sabem o que mais é "tradição" por esse mundo fora?
A mutilação genital feminina.
Os apedrejamentos públicos por determinado tipo de "crimes".
Até a inquisição e a escravatura já foram "tradição".
Podia continuar com os exemplos mas, infelizmente, a lista destas "tradições" é demasiado extensa.

Umas são aceitáveis e as outras não? Não aceito nem concordo com nenhuma. Todas elas são cruéis. Todas elas são praticadas sem o consentimento de ambas as partes envolvidas. Todas elas envolvem provocar dor e sofrimento a seres com capacidade de o sentirem. Humanos e não humanos. Ah e tal, mas os animais não são racionais? Não? Não sei qual será a definição usada para este argumento, mas "falta de racionalidade" poderia apenas ser mais um ponto em comum com os "humanos" que praticam essas "tradições".

(Não, não vou partilhar o vídeo das festas de Mourão. Não o vi e nem o quero ver. A verdade é que nem sequer consigo. O mesmo é válido para todos os outros que envolvam tortura e crueldade com um ser vivo senciente, Homo sapiens ou qualquer outra espécie).

6 comentários:

  1. Fiquei parva quando isso começou a aparecer pelo facebook. E também não vi o vídeo, nem tenciono ver...
    Parece que se pára de pensar.

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  2. Infelizmente vi o vídeo (acho que todos os telejornais o mostraram) e é pena que aquelas bestas, que passivamente olham para um animal em sofrimento, continuem a confundir crueldade com tradição. Não há palavras para descrever aquilo ... não há ali um pingo de humanidade, só frieza.

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    1. Com a agravante que estimulam o passar dessa frieza de geração em geração.

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  3. Nem mais! Usam o argumento de "ser tradição" para cometerem as maiores barbaridades de cara alegre. (também não vi o vídeo nem tenho intenção disso, pelas descrições já deu para perceber bem demais o panorama)

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    1. Eu quase arrisco dizer que é apenas uma desculpa a juntar a tantas outras que se usam na desculpabilização de actos condenáveis... enquanto a responsabilidade das atitudes que se têm recair em agentes externos e "alheios" a quem os pratica, nunca vamos realmente evoluir.

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