29 setembro 2015

Memofante

Passou um ano. Aproximadamente. Tu não te lembras, mas eu sim. Daquele primeiro encontro. Do dia em que a conversa se tornou audível, após tanto nonsense que fluiu por dois teclados, arrancando gargalhadas e reflexões. Pontos de vista comuns, outros tantos díspares.

No fim de Setembro, chegaste no meio de uma chuva torrencial. Mas só depois de estacionares numa rua que não era a certa. Ainda hoje não entendo a veia criativa com que seguiste as minhas indicações, mas fizeste-me rir. E sentir-me agradecida pelo chapéu que partilhaste comigo. Eu odeio chuva. Algo que não sabias, mas agora sabes. Como tantas outras coisas, mesmo aquelas que a tua memória não guarda. Como talvez não te lembres das primeiras perguntas, ou do que me disseste depois de conheceres a minha voz. Eu sim. Mas apenas porque tenho uma memória de elefante, para todo e qualquer tipo de pormenor, trivial ou não. Mas isso também já tu sabes. Eu não to deixo esquecer.

Ufa, esta já passou


Só espero que as próximas sejam menos difíceis, eeerrr... mais fáceis.

25 setembro 2015

Queres a resposta sincera ou a resposta de amigo?

Costuma ser a primeira coisa que nos sai boca fora, quando algum de nós se lembra de pedir uma opinião. É aquela brincadeira que antecede conselhos, questionando se esperamos um do outro a honestidade brutal, permitida pelos 18 anos de amizade, ou um suave dourar de pílula, quando apenas se pretende uns miminhos para dar alento.

Mas nas situações que envolvem opiniões relacionadas com questões de saúde, surgem-me as dúvidas. A resposta honesta será mesmo a de amigo? Ou é mais humano da minha parte aligeirar a verdade? Um ente querido, doente e fonte de preocupação. "Achas que é mesmo grave?" Fico ali embatucada. Ele tem noção que é mau, mas ainda assim, não tão mau como eu acho que é. Claro que a vida é feita de probabilidades, e o facto de haver riscos não quer dizer que estes se concretizem.

Neste cenário, dizemos o quê? Apontamos e evidenciamos a elevada probabilidade, uma espécie de preparação para o pior que pode nunca acontecer, ou deixamos ficar aquela suave esperança de que as coisas não estão tão mal como parecem? O que é que ajuda mais? Ou melhor dizendo, o que é que desajuda (isto existe?) menos?

24 setembro 2015

Rato e a sua grande boca

Quem nunca teve um daqueles deslizes de comentar qualquer coisa do género "mas eu sou preto, ou quê?" na proximidade de alguém que efectivamente o era, que atire a primeira pedra.

Nada? Pois, bem me parecia...

Então, já agora, venham de lá essas pedradas de quem nunca chegou à caixa de uma loja do chinês para pagar uma resma de lantejoulas que vai usar num fato de dança, e disse "depois de coser isto tudo até vou ficar com os olhos em bico!"

Ai, c'a brutos!!

23 setembro 2015

Sem floreados

Ao falar com o doente, é muito importante tentar garantir que este entenda o que lhe é explicado, quer em termos de doença, quer em termos de tratamento. E qual é a melhor forma de saber se a mensagem passou? É ver se ele a devolve pelas suas próprias palavras. Ora cá está, missão cumprida.

(não, esta nunca aconteceu comigo, "roubei" da net só para vocês)

18 setembro 2015

Sobre aquilo do segundo amor e afins

Era mesmo necessário um inquérito para perceber os motivos que levam as mulheres a trair? Foi assim uma surpresa tão grande que quase todas tivessem apontado a "falta de interesse do parceiro", assim como a "ausência de elogios e sedução"?

Parece tão básico mas, se calhar, não é. Ora, por muito confiante e independente que seja a mulher, se há coisa que quase todas gostam é de um bocadinho muito, de lisonja. Um "estás bonita" ou "esse vestido fica-te mesmo bem" são das coisas mais simples de se fazer. Se quiserem ir mais longe, demonstrar interesse no que ela diz e retribuir a conversa será ainda melhor. Acima de tudo, se o fazem com outras mulheres, menos desculpas têm para não o fazer com a vossa. Porque no fim do dia, é dela que esperam o sorriso, o ouvir/aturar das vossas maleitas e queixumes, e a iniciativa e/ou receptividade para a rambóia. Se ela vos faz sentir bem, por que não fazer o mesmo?

Se com isto estou a desculpar o comportamento de quem trai? Não. Atenção que também não o estou a julgar ou condenar. Cada um sabe de si (e os hackers sabem de todos). Pessoalmente, não o considero uma boa opção, independentemente das circunstâncias. Diálogo com a outra parte, sim. Quando mais nada resulta, addio, adieu, auf wiedersehehn, goodbye. E depois então, venha de lá a procura do segundo amor (ou do quinto, décimo, o que seja).

17 setembro 2015

Ainda é muito cedo para o Pai Natal?

E agora? Já? Ainda não? Demora muito?
Uma nova oportunidade para os menos afortunados (como euzinha) que falharam o NOS Alive

14 setembro 2015

Living on the edge

Lavar os dentes no decorrer de uma violenta e incontrolável crise de soluços.

07 setembro 2015

Já não tenho idade para isto

É sempre o primeiro pensamento que me ocorre quando, após um mês parada, regresso aos ensaios. O corpo a ganir, a pedir misericórdia, cãimbras nos pés, dores musculares, aquele momento em que nos arrastamos e pensamos não aguentar mais, enquanto ouvimos "vá, força, é a última". Nunca é. Qualquer bailarino vos diz que esta é a maior mentira que costuma ouvir, seja numa aula ou num ensaio. Aquela não é a última. Depois dessa, quando já nem humanos se sentem, virão mais duas ou três, no mínimo.

Se juntarmos a isso o cair da moeda, aquele tilintar que vos grita que, em menos de um mês estarão novamente num palco, então o desejo é apenas um, enrolarem-se num canto a chorar. É verdade, nunca nutri grande simpatia por actuações. Gosto de tudo o que as rodeia, os ensaios e a camaradagem, mas tenho dificuldades com o nervoso miudinho, as pernas a tremer e a descarga de emoções que se segue. Aquela sensação de fatalidade que se nos apresenta quando tentamos resumir horas e dias de trabalho em poucos minutos. Caso se perguntem, não, isso nunca desaparece, nem quando o fazemos numa base semanal. Mas aprendem-se técnicas, e a frequência reduz o impacto. Parece simples, não é? E até seria, não fosse a frequência nos últimos dois anos ter sido nula.

Nenhuma outra situação provoca tanto conflito no meu sistema fight or flight como esta. Estivesse eu livre das fortes dores musculares e do andar novo que as acompanha, e era ver-me a fugir, de braços no ar. Ou não. Porque sei que, no fundo, a sentir-me melhor ou pior, não tenho feitio para desistir, nem abandonar os que contam comigo. E daqui a umas semanas, ready or not, lá estarei, ansiosa por abraçar a sensação de superação que acompanha o fazer algo que nos assusta. Pronto, está bem, era bonito, mas honestamente, deverei estar mais ansiosa por ouvir a música chegar ao fim. Para aterrar (não literalmente, espero) no momento "pronto, pronto, já passou".

Bolas, já não tenho mesmo idade para isto.

03 setembro 2015

Esta conversa dava um post #1

Tenho dias que não me calo. Mesmo. Entro em modo bombardeiro e quanto mais parvo o conteúdo, melhor. As vítimas nem se apercebem do que lhes cai em cima. E depois há os masoquistas (como ele), que ainda incentivam...
...
[16:47:15] X: ai não?
[16:47:20] X: então vou-te desamigar :P
[16:47:44] Eu: então desamiga!
[16:52:56] X: dá muito trabalho
[16:53:00] X: :P
[16:57:23] Eu: ahh, claro, só por isso
[16:57:32] Eu: estás muito ocupado
[16:57:40] Eu: e daqui a 5 min já te esqueceste :p
[17:01:05] X: já me esqueci de quê? :P
[17:03:26] Eu: hã? oi? o quê?
[17:03:28] Eu: não sei :p
[17:03:32] Eu: isto é fixe
[17:03:48] Eu: todos os dias é como se estivesses a conhecer-me pela primeira vez
[17:04:03] Eu: e vêm para aí falar de formas de combater a rotina...
[17:04:11] Eu: alzheimer senhores, alzheimer!
[17:05:23] Eu: vá, pronto, isso não, só assim uma demência fraquinha... também não, vá, só uma amnésia anterógrada
[17:05:27] Eu: :p
[17:08:29] X: loool
[17:08:36] X: isso já foi abordado num filme :P
[17:08:52] Eu: em mais do que um até
[17:09:03] Eu: mas nunca com o propósito de quebrar a rotina numa relação
[17:09:10] Eu: isso já é ideia minha
[17:09:21] Eu: da minha autoria portanto
[17:09:27] Eu: da minha cabeça
[17:09:30] Eu: brilhante
[17:09:32] Eu: a ideia
[17:09:37] Eu: e a cabeça, dependendo dos dias
[17:09:47] Eu: e do creme que uso
[17:09:53] Eu: ou da maquilhagem
[17:10:09] Eu: isso
[17:10:49] Eu: outra ideia por exemplo
[17:10:56] Eu: há quem diga a minha vida dava um livro
[17:10:57] Eu: eu digo
[17:11:04] Eu: esta conversa dava um post
[17:11:11] X: loool
[17:11:31] X: go go :P
...
Era  falta de açúcar no sangue... nada temam, já passou.

01 setembro 2015

Quem quer ser famoso?

Pensem bem nisso... Uma das vantagens de ser um pelintra ou mero mortal é o facto das nossas fotografias dos anos 80 - 90 estarem bem guardadinhas, a sete chaves, em casa dos pais, ou até, quem sabe, já terem levado com chá de sumiço.

Ainda têm dúvidas?