30 julho 2015

Sabes que estás quase em Agosto...

... quando vais às compras e quase acreditas que aterraste em França.

Depois, ouves o belo do palavrão em português e voltas a situar-te.

29 julho 2015

Listen to me very carefully...

... I shall say this only once*


O mesmo é válido para furúnculos e afins, sim? Parem lá de me mostrar isso, por favor. Eu nem sequer trabalho numa farmácia há muitos e muitos anos... Fazemos assim, para toda e qualquer dúvida sobre medicamentos e pequenos desconfortos, que não impliquem a minha última refeição dar voltas no estômago, estejam à vontade. Mais do que isso, big no no.

*aahhh, o que eu gostava desta série...

28 julho 2015

Pimba numa vista

Estão a ver aquelas carrinhas com uns grandes espelhos laterais? Sabem, aqueles que saem quase meio metro para cada lado? E estão a ver uma carrinha dessas estacionada junto a um passeio?
Estão? Ainda bem para vocês. Eu não vi, e agora ainda vejo menos. Talvez amanhã já consiga ver melhor. Diz que o gelo ajuda. Vamos ver.

24 julho 2015

Privacidade ou preguiça?*

Eu sei que existem inúmeras diferenças entre a blogosfera e outros meios de interacção social, como por exemplo, o facebook. Mas a que me faz pensar muitas vezes, e hoje mais uma depois de ler este texto da  Linda Blue (a azul e tudo, combinação perfeita), é a questão dos haters.
Claro, haters gonna hate, toda a gente sabe, não há dúvidas nesse ponto. Nada nem ninguém é consensual, e independentemente do que se escreva, diga ou faça, vai haver sempre alguém pronto a criticar. Por si só, essa temática seria uma fonte inesgotável de considerações, logo não vamos entrar por aí. A minha questão hoje é outra. Não tanto sobre o conteúdo, mas sobre a forma. No facebook todas essas almas têm uma cara e um nome. Podem ser falsos, é certo, mas "existem" e deram-se ao trabalho de imaginar algo que as caracterizasse antes de prosseguirem à descaracterização alheia. Já aqui é muito raro isso acontecer. Nada, nicles. Será desejo de secretismo ou apenas preguiça? Ou porque aqui é permitido e lá não? Seja o que for, parece formar uma espécie de buraco negro, de onde nem um mísero nick escapa. Todos anónimos, difíceis de distinguir, no máximo com um número associado, o das horas a que despejaram veneno. Sem sexo, idade, cor ou credo. Todos iguais, um batalhão de clones do mal.

*Só para reforçar que isto se refere aos chamados haters e não a comentadores anónimos no geral.

23 julho 2015

Também é discriminação...

... pois que é. Eu pelo menos, digo que sim, e ainda levo com má cara ou uma resposta torta.
As situações seguintes passaram-se nas lojas de roupa X, Y e Z (não, não vou fazer publicidade, que não merecem, humpf).

Situação 1
Eu: boa tarde, já não tem nenhum XS?
Ela (com cara de enjoada a olhar para mim): temos, mas os XS não estão expostos porque não têm desconto.
?! Ah, quer dizer, se és magra, pagas mais por isso que ninguém te manda ser parva.

Situação 2
Eu: fica-me um bocadinho grande, não tem o número abaixo?
Ela (com ar de gozo e sorriso irónico): não, mas temos a secção de criança. São assim mais coloridas e tudo!
Claro, porque eu só tenho direito a andar folclórica ou em permanente tributo à causa gay.

Situação 3
Eu (calada que nem um rato, a circular pacatamente pela loja).
Ela (com ar de quem esconde um segredo): olhe, é melhor ir à secção Petite, aqui não há nada para si.
Eu (dirigindo-me para o local indicado, na esperança de encontrar aqueles mesmos modelos giros, mas no meu tamanho): obrigada!
Mas que raio, então mas os padrões e modelos aqui não têm nada a ver com os outros! A roupa era para mim, não para a minha avó... Bem podes andar um mono, o que é que interessa a roupa, és magra, não podes querer mais nada.

E é isto. E não me posso queixar porque ainda levo rosnadelas. Porque ninguém gosta nem simpatiza com problemas de gente magra. Aliás, isso nem sequer existe! Come e cala. Não, espera, esquece a parte do comer e aguenta mas é caladinha. Boca fechada, vá, assim como assim já deves estar habituada, não é? Não.

16 julho 2015

Era uma vez uma lagartixa... era, já não é

Um destes dias, apareceu no laboratório o que carinhosamente chamamos de "erro de casting". Não era murganho, nem wistar, nem drosophila, nem zebrafish, era apenas e só uma pequena lagartixa. Claramente equivocada e bastante desnorteada, criou o pânico para a maioria dos presentes. Entre gritaria e pés em cima das cadeiras, lá vai rato, com muita paciência, tentar levar a bichinha de volta ao seu habitat natural. Uma tarefa que se adivinhava difícil, entre gritos de "mata! mata!" e a desgraçada a fugir para todos os lados, menos para a porta da rua (serventia da casa). Nem pensar em matar o animal, coisinha pequena e frágil, algo confusa, cuja vontade de sair dali devia ser maior ainda do que a vontade de quem a queria ver lá fora. Munida de uma folha de papel apenas, e depois de vários mortais encarpados da desgraçada, lá consegui que saísse para o átrio.

Nisto, surge a empregada da limpeza que, ao observar as minhas tentativas esforçadas (e dignas de pena) de tentar conduzir a bicha, se oferece para a "varrer" e transportá-la confortavelmente na pá que carregava. "Ah, que boa ideia", respondi eu, aliviada e ali fiquei, de olhar embevecido, a ver a senhora já na rua poisar a pá para que a pequena lagartixa saísse finalmente em liberdade. Ainda a sorrir vi o momento em que pousou as patitas no chão. Já a parte em que a funcionária utilizou a mesma pá com que a libertou, para lhe esbordoar a tola sucessivas vezes, vi de olhos esbugalhados e sem tempo de esboçar sequer um ai. Volta ela, toda orgulhosa, e ouvindo-me balbuciar "mas, mas...", responde "não a ia matar cá dentro, não era? já viu a porcaria que eu ia ter de limpar?" Fim da história. Era uma vez uma lagartixa.

14 julho 2015

Isto não são só puzzles

Tenho uma tara por puzzles. Daquelas grandes, que me fazem perder a noção do tempo e do espaço, que consegue até mesmo superar a que tenho por livros. A expectativa de uma caixa cheia de pedaços desconexos, a certeza que vai acabar por fazer sentido. Começa pelo método, a separação, o estudo cuidadoso de diferenças subtis. A alegria de cada encaixe, algo que começa a ser construído, o caos que regride, pelas minhas mãos. O saber que a solução existe, que é possível, que está ao meu alcance. E que, apesar dos breves momentos de pânico, quando julgo não ter as peças necessárias para completar o quadro, no fim tudo se encaixa, tudo fica bem. Tenho uma tara por puzzles. E por respostas também.

Happiness in a box

13 julho 2015

O mundo divide-se entre...

... pessoas que ficam mais pálidas e imóveis que uma múmia egípcia e as que saltam como cabras montesas enquanto gesticulam e se agridem furiosamente, quando alguém lhes diz

tem calma, não te mexas, tens um bicho em cima de ti.

10 julho 2015

Imagina que és um desenho animado

Já não me lembro quem mo perguntou ou sequer o porquê. Sei que foi muito antes desta onde facebookiana do "que animal és", "se fosses uma cor, qual seria", ou até mesmo "que tipo de homem / mulher és" (já agora, se precisam de um teste do FB para responder a esta última, eu diria que são do tipo "estou mais perdido que um anão numa procissão").

Ora, independentemente do quem ou do porquê, lembro-me de pensar no assunto. Não porque considerasse essa definição importante para a minha vida (como aliás, nenhuma outra, já vos disse que não gosto de definições?), mas porque me dá para pensar antes de responder. Manias. Enfim, apesar disso, não foi difícil lá chegar.
É pequeno e desconexo. Voa de forma errática, a maior parte das vezes de cabeça para baixo. Não consegue estar quieto e bate constantemente contra diversos obstáculos. A sua linguagem é geralmente imperceptível, e são raros aqueles que o conseguem entender. Não tem muitas certezas, mas não desiste da busca pela sua identidade.

Woodstock, who else?

09 julho 2015

Aristogato

São raros os gatos que não se sentem atraídos por qualquer caixinha, caixa ou caixote, seja de plástico ou papelão. 
Este, julga-se demasiado fino para cartão, mas pela-se (literalmente) por uma boa e grande Samsonite.

Olhe, humana, já que não me leva consigo, tomei a liberdade de lhe deixar aqui uma camadinha generosa de pêlo para embelezar as suas roupas e mitigar a falta que lhe vou fazer. Eu sei, eu sei, não precisa de agradecer. Já agora, essas fotos são para a "Fuças", certo? Veja lá, não me envergonhe.

06 julho 2015

Momentos embaraçosos

Tenho muitos por onde escolher... mas este invade-me a memória sempre que penso em férias (todos os dias, portanto e principalmente agora). Uma vez que se trata de uma lembrança que ainda tem o poder de me corar as bochechas, é uma boa candidata a esta tentativa falhada de catarse.

Assim, há muito, muito tempo, voltei eu de umas longas férias num país tropical. Um mês lá fora, uma mala cheia de tralha, roupa enfiada às três pancadas, queria lá saber, já só chorava pela minha casinha, pelo meu país pacato onde não ouvisse tiros durante a noite, nem assistisse a assaltos à mão armada. Mais de 24 horas passadas entre aviões e aeroportos não me afectaram a alegria de chegar, ouvir a minha língua, de me sentir finalmente segura, de volta à civilização. Nem sequer o meu estado desgrenhado e nada fresco, exacerbado pelo banho de Coca-Cola que uma hospedeira assistente de bordo, comissária ou o raio do termo politicamente correcto, me tinha dado de forma tão prestável. Ou o facto de tresandar a rum, obséquio de uma garrafa partida na bagagem de mão. A alegria só começou a esmorecer enquanto esperava pela mala. Quando a passadeira parou e fiquei ali, com ar de cão abandonado, de patas mãos vazias. 

E começaram as diligências. Reclamações para aqui e para ali, lá informaram que eu tinha apanhado o voo de ligação, mas a mala não. A prova de que 4 rodas nem sempre são mais rápidas que 2 pés. "Não se preocupe, a mala chega já no próximo avião, são mais 2 horas, pode esperar." Esperei, e esperei. Ela lá chegou, bem depois da hora estimada. Mas não vinha bem, coitada. A viagem revelou-se fatal. Esventrada, com o conteúdo a espreitar, quiçá algum não teria mesmo ficado pelo caminho. Fo***, mas que m***, fo*** a p*** da mala toda! Segue para mais uma reclamação, mais um tempo de espera, porque não, já estava a considerar fazer da Portela a minha nova casa.

Resolvidos todos esses pormenores, preparo-me finalmente para sair, qual fénix renascida, em direcção às portas automáticas, por fim livre! Era, não era? Pois, não foi. Sem carneiragem para me proteger na saída, fui vítima do tédio do senhor da alfândega. "Então, não tem nada a declarar?". "Não, nada". "Mas vem de onde? Não é da Europa, pois não? Ahh, América Latina? Ponha aqui a malinha, ponha". Hein?? Ah, está a referir-se aos restos mortais da mala? Eu sei que estou com mau aspecto, cheiro a rum, e venho de um país que faz fronteira com a Colômbia, mas ar de janada?? Naquele instante achei que tinha atingido o expoente máximo da humilhação, e fosse a mala um bocadinho maior, e estivesse um bocadinho mais intacta, tentaria esconder-me lá dentro. Mais uma vez, estava enganada. Porque bonito mesmo foi a vistoria da dita, com o passar da minha roupa interior pelos mãos do funcionário, colocada no tapete e alguma no chão à volta, culminar com a chegada de um voo cheio, cujos passageiros por ali ficaram, curiosos com a situação, observando de perto a desgraçada com ar de pelintra, a tresandar a álcool, rodeada por lingerie elegante. Personagem essa que, 6h após aterrar, conseguiu finalmente rastejar para fora do aeroporto, em busca de um buraco onde se esconder.

02 julho 2015

Pointless doubts #7

Será que os condutores que estacionam a ocupar o lugar de dois padecem de algum tipo de disfunção dismórfica automobilística? Eu sei que tenho um Twingo, mas quando olho para ele vejo sempre um camião TIR...