Dois amigos. Um jantar e um almoço. Dois desabafos, tão diferentes mas tão iguais. Dois que esperavam palavras de sabedoria, uma solução mágica, uma garantia de que vai correr bem. Mas eu não tenho disso. Sei o que funcionou comigo. Não sei se será assim com os outros. Posso ouvir, posso apoiar, posso opinar e comentar se me pedirem. Posso responder, mas a minha verdade não tem de ser a de mais ninguém. Em muitos pontos não é mesmo.
Como o medo de ficar sozinho. "Não sentiste?". Não, não senti. Não sinto. Não é sequer um medo. Hesitei? Claro. Ponderei? Sim. Metade de uma vida, amigos e famílias unidas, animais de estimação, bens em comum. Sonhos de "normalidade", expectativas de terceiros. Tentar acreditar que não falhámos, aceitar que o nosso "normal" não é o dos outros. Que tudo muda ou pode mudar, que o que não se cuida, morre. Que ficar parado ou acomodado a uma situação assim é flagelação diária. E que depois disso precisamos de tempo. E de estar sozinhos. De recusar o que nos pode enganar, os fracos substitutos, as tentativas de nos distrair do que vivemos e do que passámos. Porque é quando a necessidade desaparece que aproveitamos as coisas boas. Que aceitamos porque queremos, quando queremos e apenas e só enquanto quisermos. Enquanto nos fizer bem.
Não, não tenho respostas one size fits all. Talvez fosse mais fácil, talvez me sentisse menos impotente com a confusão deles. Mas provavelmente faz sentido ser assim. Que apenas as soluções encontradas por cada um sejam as correctas. Ou que, simplesmente, não existam respostas certas.
E não há mesmo respostas certas.
ResponderEliminarCada um tem que descobrir o que funciona para si mesmo. E para isso, tem que experimentar, tem que errar, tem que fazer.
Ouvir os outros? Sim. Incorporar algo dos outros em nós? Sim, desde que faça sentido.
É o que faz sentido também para mim.
EliminarSabes aquele provérbio? Mais vale só do que mal acompanhado!
ResponderEliminarTotalmente de acordo :)
Eliminar