13 janeiro 2016

Perfeccionista, eu?

De acordo com este estudo científico, parece que sou. Então rato, não nos digas que tens a mania de roer as unhas! Nop. Isso era demasiado banal. Se é para ser estranha, então que seja em grande. O que eu faço é mexer no cabelo. Muito. Ao ponto de o ir arrancando. Bastante. Em particular aqueles cabelitos fora do sítio. É a morte do(s) herói(s). Será isso que me rotula como perfeccionista?

A ser verdade, sou assim desde que nasci. Literalmente. Um bebé a arrancar cabelo, estás a gozar? Não. Estou a falar a sério.  Eu tinha um cobertor. Esse cobertor tinha pêlo. Esse pêlo era quentinho. E onde ele ficava mesmo bem era entre o meu nariz e a minha chupeta. Sempre devo ter sido friorenta, sei lá. Mas com poucos meses, arrancava o pêlo do cobertor e enfeitava o meu buço com ele, o que provocava síncopes nervosas nos meus progenitores. Até ao dia em que me retiraram o cobertor. Ai que ela ainda asfixia. Grande erro. A determinação era grande já nessa altura. E sem cobertor, virei-me para a fonte de pêlo mais à mão. Adivinharam. O meu cabelo. Se era desconcertante encontrar a filha com um bigodito de pêlo, imaginem o ataque de nervos quando me encontraram nos mesmos preparos, mas com origem na minha pilosidade. O cobertor voltou às minhas mãos em menos de um ai.

Sou então perfeccionista? Eu diria antes, um bocadinho estranha ou até mesmo esquisita. Mas sim, também sou perfeccionista. Apenas não me identifico com o resto dos atributos que associam a essa característica. Impaciente? Tirando o facto de ter vindo cá para fora com 7 meses, acho que não. Sinto frustração com facilidade? Nem por isso. Aliás, nada mesmo. Insatisfeita? Aí depende. Sou muito grata por todas as pessoas na minha vida. E aprecio muito tudo o que tenho. Se a insatisfação estiver relacionada com o querer fazer mais, querer viver mais, querer experimentar mais, estar constantemente a desafiar-me, então talvez seja. Eu chamo-lhe síndrome do bichinho carpinteiro. Por último, também não é fácil para mim sentir tédio. Há sempre algo para me fascinar. Em que pensar. Com que me entreter.

Portanto, é apenas mais um estudo para me dizer que não me enquadro. Que sou atípica. Tão típico.

6 comentários:

  1. Retirei este excerto do link que indicaste:

    "Mounting evidence shows that people who compulsively bite their nails, pick their skin or pull their hair are often perfectionists, and their actions may help soothe boredom, irritation and dissatisfaction."

    Faz sentido que ações que ajudem a acalmar o tédio, irritação e insatisfação venham de provas em montadas :P

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ahahahaha, claro que sim, faz todo o sentido! Se houvesse tédio e insatisfação com as montadas, seria muito mau sinal :p

      E obrigada, sempre que penso que sou estranha, vens tu e colocas tudo em perspectiva :p

      Eliminar
    2. Eeeeeerrrrr... depende :p

      Eliminar