15 dezembro 2014

Eu e as lentes de contacto, a saga

Apesar de ser uma utilizadora tardia, daquelas que só descobriu as maravilhas das lentes de contacto depois dos 25, tenho uma relação especial com estes pequeninos discos gosmentos.

Uma relação que começou logo da melhor maneira possível. A colocação ocorreu sem problemas (foi o oftalmologista, pudera), já o processo de as remover... eeerrrr, not so much. Depois de uma luta acesa entre o meu dedo e as minhas pálpebras que insistiam em fechar-se, depois de muito chorar, depois de ganhar uma dor intensa no olho, eis que finalmente observo o dedo e encontro... meia lente de contacto!
Esta alminha delicada tinha conseguido rasgar a lente e deixar metade lá dentro. DOIS DIAS de puro sofrimento, à procura de meia lente transparente, invisível ("as mais finas e cómodas do mercado, para não te custar tanto a adaptar!") num olho massacrado até à exaustão. Um oftalmologista que procurava e dizia que não, não tens cá nada, isso é só impressão. Lá saiu, a muito custo, com o auxílio de um cotonete, depois de uma valente choradeira ter feito aparecer uma pontinha da dita.

Podia ter sido ali o começo e o fim da relação, mas nãooooo. O que ganhei com esta primeira experiência foi perder todo e qualquer resquício de problemas em escarafunchar os olhos, e portanto, reunir as condições ideias para me tornar uma utilizadora assídua.
Ao longo dos vários anos que entretanto passaram foram muitos os episódios de lentes colocadas ao contrário (arranha e pica que é uma beleza, além de não se ver um boi), lentes coladas (depois do banho, com ares condicionados, após adormecer com elas), lentes na caixa a olhar para mim enquanto eu as tentava retirar dos olhos (algo que me apercebi dois olhos vermelhos mais tarde) e mais uma lente rasgada a resistir à ordem de despejo (desta vez eu própria, armada de cotonetes, resolvi o problema)...

Tantos momentos e peripécias e nunca, nunca perdi nenhuma. ATÉ HOJE. Uma esfregadela de olho e... pufffftt! Estou pitosga. Demorei algum tempo a perceber o que se passava. Ainda agora não tenho bem a certeza. Porque depois de andar de nariz colado ao chão de forma exaustiva, ter analisado roupa e cabelo, a secretária, o computador e a bancada do laboratório, não encontro nem rasto dela.
E o olho dói-me. E a dúvida persegue-me. E NÃO VEJO NADA.

4 comentários:

  1. Oculos. A melhor invenção de SEMPRE !!! :P

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    1. Depois de acordar hoje com as pálpebras coladas, a sensação de corpo estranho e após algum esforço abrir o olho e encontrar a sacana toda amarfanhada num canto, estou QUASE a concordar contigo :p

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  2. Conheço alguém que, meia volta, ainda tem uns filmes com lentes de contacto...
    No dia a dia, óculos! Não é confortável, para mim, passar o dia a olhar para o computador de lentes...

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    1. Pois, acredito, para mim já lá vão 10 anos e continuo a ter estes filmes também.
      Mas tenho sorte, os meus olhos não secam facilmente, por isso os dias no computador não me custam... Em casa sim, é o reino dos óculos :)

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