15 fevereiro 2016

E porque ontem foi dia dos namorados...

... "let's talk about sex babyyy, let's talk about you and meee".

Eerrr, não, não era esta. Vamos lá ver, que isto (ainda) é uma casa de respeito. E orgulha-se de prestar serviço público (not), por isso hoje temos uma rubrica ao estilo consultório sentimental. Assim sendo, o tema é "bem piroso e lamechas, como o amor deve ser". Ou não. Decidam vocês. Falo de "dialectos de ternura".

De acordo com uma das muitas pessoas que ganham a vida a resolver os problemas das relações (ou ralações) dos outros, não existe uma linguagem universal do amor, mas sim cinco formas básicas. Imaginem uma espécie de cores primárias, mas para expressar sentimentos. Também defende que muitos problemas surgem quando não se fala a língua que o outro entende. Isto é, a comunicação deve ser adaptada de acordo com o receptor, e não com o emissor. É apenas um exemplo de que nem sempre o que funciona para nós, ou o que gostamos de ouvir, é necessariamente o que funciona para o outro, ou o que ele gosta de ouvir. E o objectivo é dar o melhor, e não o que nós queremos ou pensamos que é melhor (para alguns, pelo menos).

Então, o Dr. Rato Pinga-amor (eu própria, portanto, mas isto na 3ª pessoa soa melhor) apresenta-vos as 5 formas básicas de dizer és a manteiga do meu pão, o recheio das minhas bolachas, a tampa da minha panela, a cobertura do meu bolo, ou qualquer outra metáfora culinária que vos apeteça (seus esfomeados).

(1) Palavras de apreço. Esta é simples, mas não são apenas os "amo-te" ou "adoro-te". São os elogios, o realçar das qualidades, um "és fantástico/a", "especial", "fazes-me sentir feliz", etc, etc, etc.
(2) Prendas. Uns são mais materiais que outros. Nada a fazer. Claro que prendas pode não significar necessariamente dar este mundo e o outro, ou gastar o equivalente ao PIB de um qualquer país. Pode ser apenas e só uma questão do gesto, "ah e tal, vi isto e lembrei-me de ti".
(3) Actos de ajuda. Aqui entram sobretudo as tarefas domésticas. Para aqueles cuja visão de uma cozinha limpa ou de uma pilha de roupa lavada lhes grita amor aos ouvidos.
(4) Toque físico. Outra básica. Abraços, festas, carinhos, massagens, mãos dadas, beijoooos, corpos entrelaçados... e por aí fora, a vossa imaginação pode tratar do resto, que eu cá mantenho o decoro.
(5) Tempo de qualidade. Esta é um bocadinho mais traiçoeira. Talvez porque seja mais difícil de definir, mas de uma forma geral refere-se a momentos de atenção exclusiva. Momentos, hã? Não se está a falar de dias inteiros, isso era apenas esquisito. E neurótico.

Agora, para quem não gosta de rótulos (como eu), não há problema, porque há quem fale várias destas e quem entenda muitas também. Poliglotas, portanto. No meu caso, por exemplo, entendo uma mistura de 1), 4) e 5), mas falo a que for preciso. É verdade, ficam a saber que sou um rato muito adaptável.
Assim, algo como
"you're just to good to be true
can't keep my eyes off you
you'd feel like even to touch
I wanna hold you so much"
chega e sobra para me fazer ver arco-íris e até unicórnios fofinhos a arrotar pequenos corações por todo o lado. Um luxo.


E por aí? Alguém se identifica com alguma em particular? Abram os vossos corações, abram. Mas com cuidado, para não rasgar. Isso seria só nojento, e muito sujo, deixando aqui um banho de sangue e tecidos espalhados. Blharrccc.

6 comentários:

  1. Também sou mais adepto do 1, 4 e 5. Embora também seja muito adepto do 6: sexo puro e duro :P

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    1. Não estou a ver qual é esse ponto... mas provavelmente pode entrar ali no quarto (literalmente ou não) :p

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  2. Olha... Nem sei. Provavelmente depende da relação. Acho que a 3a é muito importante quando o casal já mora junto. Afinal de contas as restantes não valem de muito se forem acompanhadas por um posterior "então e agora, o que fizeste para o jantar?" ou um "Maria, onde estão os meus ténis?"

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    1. São todas importantes, sem dúvida. E no caso que referes, concordo plenamente que é difícil se não houver entreajuda. Mas a diferença aqui era considerar isso uma grande demonstração de amor ou apenas algo banal e natural da relação.

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    2. Acho que as maiores manifestações de amor nascem de pequenas banalidades feitas no momento certo. E tendo em conta a raridade dessa entreajuda doméstica...há que valorizar mesmo muito.

      Tipo água no deserto :p

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    3. Acredito que sim :p
      Eu talvez não valorize tanto porque a minha experiência nesse campo foi bastante positiva... tirando algumas diferenças no conceito de (des)arrumação, tudo o resto sempre foi partilhado de forma natural.

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