03 outubro 2016

Mais um tema fracturante

Já muito se disse e escreveu sobre as diferenças de comportamento entre homens e mulheres, mas nunca li nenhuma dissertação sobre este tema em específico. E que assunto tão interessante é esse, perguntam vocês, cheios de curiosidade?
Ranho. O tema é, nada mais, nada menos, do que ranho.

Nos meus trinta e tal anos de vida, conto pelos dedos de uma mão os homens que conheci, que gostassem de dar uso aos lenços. Sim, quando se trata de ranho, as mulheres assoam-se, os homens fungam. Isso. Fungam. Ininterruptamente. E como é que te lembraste disso agora, rato? Pois, o moço está constipado. Este fim-de-semana tive como banda sonora um concerto de fungadelas. Non stop. Já com os ouvidos em sangue, e os nervos em frangalhos, perante a teimosia do gajo em não usar a porra do lenço, aproveitei o café com os amigos para debater o tema. Uns quantos homens, umas quantas mulheres. Eu e ele.

"Meninos, expliquem-me lá, mas que raio de aversão é essa aos lenços?"
Instalou-se a paródia. Elas automaticamente acenaram em concordância. "Opá, pois, mas são todos assim! Também não percebo!!" Eles defenderam-se mutuamente, assim como a sua masculinidade.
"Homem que é homem não se assoa! Chega ao fim do dia com os pêlos da mão rijos! Ou a manga da camisola! Se estiver mesmo muito à rasca, inclina a cabeça para trás e deixa escorrer pela garganta!!" Elas ofereciam lenços de papel ao moço, eles gritavam "resiste, não cedas!"

Ficou o circo montado. Entre risos e fungadelas, não consegui ganhar esta batalha. Mas a luta continua.
Ou irá continuar, assim que consiga recuperar do estúpido vírus que o gajo, como bom namorado, resolveu partilhar comigo. Obrigadinha, hã.

12 comentários:

  1. Eu gasto toneladas de lenços por ano. Tenho sempre lenços de papel comigo, um maço na minha mala (à tira colo - temos pena! :p), um maço no carro e vários no escritório em backup.
    Dão para tudo. Ranho, sangue, sémen (a vida tem imprevistos), mãos besuntadas com comida, verificar o nível de óleo do carro, WCs sem papel higiénico, enfim, tudo.

    Portanto... não enquadro no estereótipo. Peço desculpa.

    Só acabo a fumegar "em último caso". :)

    Era só isso. Bom dia.

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    1. Bom dia SOG :)

      Não peças desculpa, pelo contrário. Eu costumo encarar a fuga aos estereótipos como algo positivo. Mais um ou outro como tu e até já preciso dos dedos das DUAS mãos para contar homens que se assoam. Viva o lenço de papel e a sua multiplicidade de usos! ;)

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  2. Ahahah :D é verdade! São os lenços e os chapéus de chuva!

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    1. Também! Mas vá, no caso dos chapéus já conheço mais homens que usam... o meu incluído ;)

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  3. Lenços nem pensar. Se estiver muito mal vou ao wc passar o nariz por água, mas só se estiver em casa que eu não confio nos wc publicos :P

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    1. Quem diria :p

      Olha lá, não confias nos wc públicos para passar o nariz por água... mas tu usas a da sanita??

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  4. Imagino que isso venha do "antigamente" em que o homem dispunha sempre de um lenço para dar à dama. Não podia, portanto, usar o dito lenço na sua ranhoca, temendo que num momento mais íntimo (como um passeio de charrette) a dama necessitasse de limpar a lágrima (ou a remela) com o lencinho e o mesmo estivesse impregnado de ranho do cavalheiro.

    Com os tempos modernos (mas não os atuais) o homem começou a fazer-se acompanhar pelo lenço branco ou de quadriculas que trazia sempre no bolso, junto do canivete suíço. Esses lenços eram lavados pelas esposas (ou pelas mães), cuidadosas, com Tide e passados a ferro com goma. Pois, minha cara, agora, na modernice atual não só as mães compram a marca branca do Minipreço, como os lenços são os de papel e necessitam de uma mala para ser transportados (coisa que nenhum macho usa!), e pior...Goma, agora, é aquela coisa que se vende no cinema para a malta comer. Também já há poucas esposas cuidadosas...mas isso será outra questão. O companheiro suíço também está pelas horas da morte.

    E assim, minha cara, aprenderam os homens a fungar. No fundo, nasce do romantismo e da emancipação feminina.

    Aqui fica a explicação. N´tens de quê.

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    1. Ahahahahahaha! Do melhor! E não é que faz todo o sentido? :p

      Ainda me lembro da minha mãe comprar lenços de pano ao meu pai, em embalagens de 3, que tinham umas mini-cartas... o que eu adorava aquilo! Não se ouviam fungadelas e eu ainda ganhava algo com que me entreter. Ah, bons e velhos tempos!

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  5. É, portanto, uma questão geracional: os homens do nosso tempo são uns ranhosos.

    :D claro que faz sentido! Eu lá te mentiria sobre um assunto tão importante como este!

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  6. Olha, o meu marido é mesmo assim como descreves!!!

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    1. Mais um para o clube! Deve ser qualquer coisa do cromossoma Y, só pode...

      Bem-vinda Maria :)

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