13 outubro 2016

Sobre a falta de parafusos

Sempre achei que a malta da dança era um bocado maluca. Pronto, se calhar, nem todos, mas a minha amostra, sim. Vá, eu, pelo menos. Porquê? Bem, assim logo para começar, pelos sacrifícios e dores que aguentamos. Já perdi a conta ao número de aulas, ensaios e até actuações que fiz com os joelhos e pés todos ligados, a rebentar pontos, carregada de dores e nódoas negras.

Eu sei, sou um bocado parva. Mas já tive a confirmação de que não sou a única. Alguns dos meninos com quem já dancei, fizeram-no com contracturas, hérnias discais, tendinites, entre muitas outras mazelas. E como se não bastasse, ontem, o meu rico par resolveu elevar a fasquia. Tínhamos ensaio. Faltar? Nem pensar. Mesmo depois de um dia passado no hospital, com as dores de uma cólica renal (coisa fraquinha, segundo ouvi dizer... assim equiparada às dores de parto, pppffff, para meninos, portanto), braços e mão todos furadinhos, lá estava ele, ao meu lado, pronto para a nossa sessão de tortura semanal.

Podíamos ser menos doidos? Podíamos, mas não era a mesma coisa.

8 comentários:

  1. Dou muito valor às pessoas que se superam. Choramingar e parar, deixar para outro dia ou sentar o rabo no sofá é o caminho fácil. Parabéns!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estou de acordo contigo. Só espero é que nunca nos falte o discernimento para saber até onde podemos puxar e superar os nossos limites. Porque, se esticar é bom, partir, nem por isso ;)

      Eliminar
  2. Ninguém te manda ter parceiros de dança da 3ª idade :P

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olha, olha... também os aturo mais jovens e já todos estragadinhos na mesma :p

      Eliminar
  3. Respostas
    1. É verdade... dizem que as maiores loucuras se cometem por amor ;)

      Eliminar
  4. É uma questão de paixão e é excelente termos essas paixões!!!

    ResponderEliminar