17 março 2015

Tourette ao volante

Claro, já não é novidade, particularmente para os que me conhecem, que eu tenho um problema de fusíveis. Ou da falta deles. Parafusos a menos. Cartas ausentes do baralho. Isso. Os mais simpáticos dizem-me que não, que o problema é ter demais, já se sabe, depois nunca se acerta nas posições correctas, curto-circuitos, peças que não encaixam, enfim. Até podia tentar provar que estão todos errados, mas depois de quem é que eu me ria? O que seria feito de mim se não me pudesse satirizar? Adiante.

...

Sou uma pessoa calma a conduzir. Venham os panhonhas, os domingueiros, as encarnações do Fittipaldi. Rato sorri, manda beijinhos, impávida e serena, tão controlada, ohmmmm, ohmmmm...

@#!%*!!!!

Sim, estou ali na maior das tranquilidades e, de repente, olhos esbugalhados, sai-me um mimo destes. Gritado. Em erupção. Vermelho nas vistas que, nos segundos seguintes, me escorre para as bochechas.

Coprolalia. Acho que é isso. Gosto. Dá um rótulo bonito, fica no ouvido. Que foi?? As crianças mais traquinas hoje em dia (pasme-se, uma criança ser assim) não são logo rotuladas de hiperactivas? Os rótulos não estão na moda? São desculpas? É que não sendo este, os únicos que tenho aqui à mão são "Perigo, inflamável. Risco de explosão" ou "Produto cáustico. Não manusear sem protecção".

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