16 junho 2015

O meu momento parurético

Paru quê?!?!
Parurético. Aquele que sofre de parurese. Sim? Não? Bexiga tímida, pah! Bolas, uma pessoa aqui a esforçar-se por usar termos bonitos (ia dizer pipis, mas dado o tema, não quero dar azo a interpretações literais) e vocês nada. Enfim, adiante.

Nunca pensei muito sobre o assunto, até porque, segundo parece, é mais frequente nos homens, e assim sendo não era uma preocupação dos meus belos caracóis. Até um famoso dia em Viena. A verdade é que não gosto muito de casas de banho públicas (há algum maluco que goste?!), fundamentalmente por questões de higiene, e vá, por alguma ausência de privacidade também. Mas apesar de tentar evitar as minhas excursões a tais sítios, há momentos na vida em que tem de ser, e o que tem de ser tem muita força.

Ora, a minha bexiga escolheu o cenário chique de um parque em Viena para me fazer um ultimato, ou vais ou passas aqui vergonha, e lá fui eu, pois que remédio. Como em quase todo o lado naquela cidade, o resolver destas aflições passa pelo pagamento de uma módica quantia, trocando-se o alívio por uma moedinha de 1€. Lá paguei. E assim que entrei, parei especada. No meio daquele enorme espaço, deserto, um homem de esfregona na mão, fazia tranquilamente a limpeza. Uma personagem saída de um filme de terror, uma espécie de corcunda de Notre Dame maléfico, sem um olho e uma enorme cicatriz na face. Ao ver-me ali parada, ladrou-me qualquer coisa em alemão, enquanto agitava a esfregona na minha direcção, e me fixava com o único olho. Pode ter sido um vá lá fazer o seu xixi, mas a mim soou-me mais a faça favor de entrar, eu prefiro assassiná-la quando estiver com as calças na mão. Ponderei as minhas hipóteses, agora eram duas as aflições, também já tinha pago para entrar, a minha última moeda, depois disto a única alternativa era um arbusto no jardim. Lá me enchi de coragem, isso ou o ver da esfregona agitada na minha direcção, que me levou a considerar estar mais segura atrás da porta fechada de um dos cubículos. Ali sentada, naquelas condições, discutia eu com a minha bexiga anda lá pah, estavas a rebentar, agora nada? E ela, está um homem muito creepy mesmo aqui ao nosso lado, desculpa lá se me recuso a trabalhar, sim? Estamos nesta troca de ideias quando, de repente, surge a esfregona por baixo da porta, tacteando todo o chão do cubículo, incluindo os meus próprios pés. Podia ter soltado um gritinho, podia, mas naquele momento todo o meu corpo se tornou tímido, incluindo a minha voz, que fugiu para parte incerta.

Moral da história? Fugi dali ao melhor estilo run for your life. Podiam considerar colocar um aviso alertando para o facto do pagamento ali se destinar não ao alívio, mas a uma mini-sessão numa casa de terror. Claro que, sendo em alemão, o resultado final para mim seria o mesmo. Run, Forrest, run.

6 comentários:

  1. loooooooooooooool

    Era o Freddy Krugger :P

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  2. Não fosse a tua bexiga esquisita (como a minha) e tinhas recebido um tratamento de luxo. Aposto que o Quasimodo te perguntou “ó menina, já que estou com a esfregona na mão, por acaso não precisa de uma esfregadela?” … como tu fugiste, ele limitou-se a limpar-te os pezinhos. Foi simpático! :P

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    1. Ahahaha, talvez! Confesso que, no momento, apenas pensei que a intenção dele era fazer de mim a miúda cliché dos filmes de terror, aquela que morre logo nos minutos iniciais... :p

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  3. Tanta coisa só para dizeres que já foste a Viena.

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    1. É verdade. Mas espera, eu já tinha dito isso num post mais antigo... Ai (des)graça, queres ver que além de cagarola me tornei repetitiva?!

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