24 julho 2015

Privacidade ou preguiça?*

Eu sei que existem inúmeras diferenças entre a blogosfera e outros meios de interacção social, como por exemplo, o facebook. Mas a que me faz pensar muitas vezes, e hoje mais uma depois de ler este texto da  Linda Blue (a azul e tudo, combinação perfeita), é a questão dos haters.
Claro, haters gonna hate, toda a gente sabe, não há dúvidas nesse ponto. Nada nem ninguém é consensual, e independentemente do que se escreva, diga ou faça, vai haver sempre alguém pronto a criticar. Por si só, essa temática seria uma fonte inesgotável de considerações, logo não vamos entrar por aí. A minha questão hoje é outra. Não tanto sobre o conteúdo, mas sobre a forma. No facebook todas essas almas têm uma cara e um nome. Podem ser falsos, é certo, mas "existem" e deram-se ao trabalho de imaginar algo que as caracterizasse antes de prosseguirem à descaracterização alheia. Já aqui é muito raro isso acontecer. Nada, nicles. Será desejo de secretismo ou apenas preguiça? Ou porque aqui é permitido e lá não? Seja o que for, parece formar uma espécie de buraco negro, de onde nem um mísero nick escapa. Todos anónimos, difíceis de distinguir, no máximo com um número associado, o das horas a que despejaram veneno. Sem sexo, idade, cor ou credo. Todos iguais, um batalhão de clones do mal.

*Só para reforçar que isto se refere aos chamados haters e não a comentadores anónimos no geral.

4 comentários:

  1. Privacidade, acho eu. Querem confundir-se com as paredes, como a sombra. Querem acordar amanhã e poderem não acreditar que foram eles que escreveram aquelas barbaridades, em plena destilação de fel.
    Ponto 1 - Gente com muitos inputs e zero outputs. Não têm nada para dar, para dizer, para trocar.
    Ponto 2 - 99 % são gajas. A maldade tão intrínseca raramente é masculina.

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    1. Depois de ver tanta maldade no mundo, já não me devia surpreender, mas a verdade é que continuo sem entender.
      No outro dia li uma opinião sobre estes comportamentos, onde se referia que pessoas assim, ao verem o que os outros fazem se lembram que não estão a fazer nada, e dá menos trabalho criticar do que tentar fazer alguma coisa. O que também pode estar de acordo com o que dizes em relação à sombra e às questões de consciência por, mais uma vez, não quererem ser confrontadas com a sua própria realidade...

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    2. Não menosprezes a capacidade de um homem ser abominavelmente mau quando quer, Linda Blue.

      Eu uma vez vi um gajo a comer todo um prato de azeitonas sem sequer perguntar uma única vez ao resto da mesa se ela queria. Vi eu com estes olhinhos, que ninguém me contou.

      E também não precisam de me contar. O resultado nunca muda. É sempre um.

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    3. (Isso não é propriamente maldade... é saber de antemão que as mesas não comem azeitonas)
      (O resultado é sempre um porque és homem, numa mulher podem chegar a contar 2 ou 3... ou 11)
      (sim, isto fui eu a abrir parêntesis para me meter na conversa. Já meti, fecha parêntesis)

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